Tendências da construção civil: o que é bioarquitetura?

Gabriela Pereira de Souza

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Você sabe o que é bioarquitetura? Descubra as obras sustentáveis que estão entre as grandes tendências da construção civil.

O setor construtivo é extremamente competitivo, isso faz com que as construtoras precisem se manter atualizadas e de olho nas novidades e inovações do mercado. Acompanhar as tendências da construção civil é fundamental para o sucesso de qualquer empresa desse ramo. 

Um dos principais movimentos que vem acontecendo é o da sustentabilidade. Junto, com essa tendência surgem diversas novas maneiras de se trabalhar na indústria que vão sendo criadas conforme a tecnologia evolui. Entre os muitos temas que já trouxemos no blog como tijolo ecológico, concreto reciclado, telhado verde, etc, também existe o conceito de bioarquitetura. Você sabe o que é isso? Descubra aqui. 

O que é bioarquitetura? 

A bioarquitetura é a aplicação de um conceito bem elementar na concepção e na construção dos projetos. Isso quer dizer que a preservação do meio ambiente e a vida no planeta em seus diversos ecossistemas são o elemento central. 

Nesse guarda-chuva da bioarquitetura estão as construções sustentáveis, construções ecológicas e as bioclimáticas (adaptadas ao clima). Ao criar um edifício tendo como base esse conceito, a escolha das tecnologias, métodos construtivos e materiais não deixa de ser apenas em relação aos aspectos estéticos e técnicos. Essa concepção considera todo o ciclo de vida útil e a cadeia de produção dos insumos. 

Mas, quais são as diferenças entre construções sustentáveis, ecológicas e bioclimáticas? A primeira é definida como um processo holístico que procura a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes construídos e os naturais, diminuindo os impactos negativos e aumentando os positivos no meio ambiente durante as etapas de desenvolvimento. Além disso, também relaciona questões sociais e econômicas. 

Já a segunda, as construções ecológicas, prezam a integração das construções com o meio ambiente, com o objetivo de causar o menor impacto possível. Os materiais usados são naturais como tijolos ecológicos e bambus. Também podem ser usados sistemas para a captação de água da chuva, ventilação natural, jardins verticais, telhados verdes, entre outros. 

E, por fim, as construções bioclimáticas estão mais relacionadas com o clima, essa arquitetura consiste em conceber as edificações baseadas no clima local para proporcionar maior conforto térmico aproveitando fontes ambientais, assim como a integração estética com a paisagem ao redor. 

De onde surgiu o termo “bioarquitetura”? 

O setor da construção civil é um dos que mais movimenta a economia brasileira, porém também é responsável por um dos maiores índices de consumo dos recursos naturais e produção de resíduos sólidos. Dessa preocupação com o meio ambiente e maneiras de construir com métodos mais sustentáveis surgiu o termo bioarquitetura

“Bioarquitetura” começou a ser usado a partir dos anos 80 por construtoras que arquitetos para designar edificações que causam o menor impacto ambiental e procuram a harmonia com o ambiente natural. Ou seja, que estão alinhadas com essas preocupações com a natureza. 

É comum que nestes projetos se aproveitem as características da região integrando ao meio, para gerar um maior conforto térmico, por exemplo, diminuindo a necessidade de climatização artificial, existem diversas outras maneiras de fazer isso e tornar as obras sustentáveis. 

Outra ação que é muito utilizada na bioarquitetura é escolher materiais naturais e de preferência produzidos localmente, valorizando o trabalho local e diminuindo os gases poluentes emitidos pelo transporte até o local da obra. 

Como funciona a bioarquitetura? 

O conceito da bioarquitetura parte do princípio que é viável, possível e necessário construir obras usando tecnologias contemporâneas junto com arquitetura vernacular que é a maneira de construir pensando nos elementos climáticos, como insolação, vento, e a partir dos recursos naturais presentes no ambiente em que estão inseridos. 

Além disso, o foco também é manter uma estética agradável e proporcionar uma melhor qualidade habitacional. E tudo começa com o projeto, essa é uma das primeiras e mais vitais partes, já que é dele que nasce o edifício. 

Primeiro, é necessário estudar o lugar onde será construída, avaliando cada detalhe para possíveis sistemas construtivos sustentáveis que podem ser adotadas usando os materiais que já existem nas redondezas, como rochas, solo, árvores e outros elementos naturais. 

Um método construtivo sustentável bastante usado até hoje e bem antigo é o Adobe, essa técnica consiste em construir paredes de vedação, ou em algumas estruturas, usando tijolos artesanais cozidos ao sol, feitos de argila crua, fibras naturais, areia e água, basicamente. 

O ideal é usar materiais produzidos na região com esta técnica. Dessa maneira, a economia local é estimulada, a emissão de gases poluentes e gasto com energia vindos do transporte são reduzidos e isso é uma solução mais econômica para a obra. 

Uma etapa fundamental é avaliar os elementos climáticos do local, para obter uma climatização natural na construção, isso quer dizer que é importante conhecer os horários e locais de maior exposição solar e direção mais frequente do vento. 

Com esses dados em mãos é possível encontrar soluções, como ventilação natural cruzada, que diminuem os gastos de energia com climatização e otimizam o desempenho termo acústico nas obras. 

Outra importante característica da bioarquitetura é procurar construir preservando os elementos naturais presentes no terreno. É comum usar a flora local para construir jardins verticais e telhados verdes nas obras sustentáveis. 

fonte: https://immobilearquitetura.blogspot.com/2020/10/bioarquitetura.html

O projeto ainda precisa pensar em maneiras de obter energia elétrica renovável, usando, por exemplo, painéis fotovoltaicos. Um outro elemento que já é obrigatório para as novas construções em alguns estados é a gestão de água por meio da captação e do reaproveitamento das chuvas, que pode ser utilizada para funções não potáveis, em vasos sanitários, pias ou até para fazer a irrigação das plantas. 

A realização da obra precisa ser feita preferencialmente com mão de obra local, reduzindo a poluição produzida pelo transporte desses profissionais até destinos distantes. A construção precisa evitar o máximo possível a geração de lixos e resíduos, e aquilo que precisa ser produzido deve ser reciclado depois. Ainda, é necessário que a execução use a menor quantidade de energia possível. 

Tendências da construção civil

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