Mapa de risco: o que é, para que serve e como elaborar

Amanda Gregio

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Descubra o que é o mapa de risco, para o que serve e como elaborá-lo!

O mapa de risco é um documento importante para garantir a segurança no ambiente de trabalho. Acompanhe o artigo para entender melhor a sua função na construção civil.  

O que é mapa de risco?

O mapa de risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos ambientes de trabalho, capazes de causar prejuízos à saúde dos colaboradores: doenças e acidentes. 

Esses perigos podem ter origem em vários elementos do processo de trabalho – como materiais, instalações, equipamentos, suprimentos e espaços de trabalho – e na maneira de organização – arranjo físico, ritmo de serviço, métodos, postura, jornada, turnos, treinamentos, etc. 

Quais são os níveis de risco?

Representa-se os níveis de risco por círculos que podem ser pequenos, médios ou grandes. Entenda o significado de cada um: 

  • Pequeno: risco essencialmente médio ou pequeno, desde que já controlado. 
  • Médio: risco relevante que pode ser controlado.
  • Grande: alto risco que representa ameaça de mutilação, gerar doenças ou até morte. Além disso, não pode ser neutralizado ou sequer tem mecanismos de redução ou controle. 

Já os tipos, conforme a classificação de riscos, são representados por cores no mapa. Entenda melhor cada uma: 

CorRiscoAgente
AzulAcidentesArranjos físicos inadequados, equipamentos ou máquinas sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação errada, eletricidade, risco de explosão ou incêndio, armazenamento incorreto, animais peçonhentos e outros fatores que representam risco de acidentes. 
AmareloErgonômicoEsforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada, ritmo excessivo, controle rígido de produtividade, jornada prolongada de trabalho em turno noturno e diurno, monotonia, repetitividade e situações que causem estresse físico ou psíquico, etc. 
MarromBiológicoVírus, protozoários, parasitas, bacilos, bactérias e fungos. 
VermelhoQuímicoPoeira, vapores, fumos, gases, neblinas e substâncias químicas em geral. 
VerdeFísicoRuídos, radiações ionizantes e não ionizantes, calor, frio, vibrações, umidade e pressões anormais. 

O mapa de riscos não tem um prazo de validade determinado. Porém, precisa ser atualizado constantemente de acordo com as mudanças que acontecem nos processos e no próprio ambiente que possam gerar novos riscos, minimizar ou neutralizar aqueles previamente existentes. 

Para que serve o mapa de riscos?

Este documento é um aliado importante na segurança do trabalho, auxiliando na preservação da integridade dos colaboradores. Confira três benefícios de implantar essa ferramenta: 

  1. Estimular Análise de Risco do Trabalho (ART)

A Análise de Risco do Trabalho (ART) é uma avaliação de todas as fases do trabalho, listando os riscos apresentados em cada uma. Também precisam ser apontadas as recomendações adequadas, para reduzir esses perigos. 

Com a adoção do mapa de risco, elaborar a ART é muito mais fácil, uma vez que as informações já estarão documentadas.  

  1. Incentivar a participação de todos nas atividades de prevenção

Quando toda a empresa participa fica ainda mais fácil encontrar os pontos de atenção e oportunidades de melhoria. 

  1. Divulgar e alertar quanto aos riscos existentes em cada ambiente de trabalho

Um dos principais benefícios do mapa de riscos é conscientizar os colaboradores sobre os perigos ambientais e divulgar as medidas de prevenção. 

Quais as penalidades para quem não aplicar o mapa de risco?

Com a mudança na legislação, que desobriga a elaboração do mapa de risco, não há penalidade para as empresas que não emitirem o documento. Mas, a organização ainda tem obrigações em relação à segurança do trabalho, e o não cumprimento pode gerar multas e até suspensão das atividades. 

O que diz a NR 5 sobre o Mapa de risco?

A norma regulamentadora 5 trata sobre a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Deve ser constituída por estabelecimento e composta por representantes dos empregados e empregadores. Além disso, deve ser dimensionada conforme a quantidade de funcionários e o grau de risco da atividade da organização.

Resumindo, é um grupo de trabalhadores responsáveis por promover a segurança e saúde no ambiente corporativo. Ou seja, eles estão constantemente atentos aos riscos e precisam se atualizar com frequência em relação às medidas de saúde e segurança do trabalho. 

Em janeiro de 2022, devido a uma atualização no texto da NR 1, a NR 5 também passou por algumas mudanças. Antes, a elaboração do mapa de risco era obrigatória pela CIPA. Agora, esta ferramenta já não é mais uma obrigatoriedade. 

Porém, o que é obrigatório é que a CIPA crie uma ferramenta de percepções de risco, ficando a critério da comissão. E o mapa de riscos é um exemplo deste instrumento, ficando a escolha da equipe usar ou outro. 

Quem é o responsável pela elaboração do documento de risco?

O mapa de riscos é elaborado pelos membros da CIPA, depois de consultar o formulário preenchido pelos colaboradores de todos os setores produtivos da organização, com assessoria do SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, quando existir. 

Quais empresas devem realizar o mapa de risco?

Toda empresa precisa representar as atividades na forma do mapa de risco, independente do segmento, quantidade de funcionários ou tamanho. O ideal é atualizar esse documento todo ano e quando houver mudança na área de trabalho. 

Como fazer um mapa de risco?

Agora que já sabe o que é um mapa de risco, descubra como é possível elaborá-lo:

  1. Conhecimento dos riscos;
  2. Divisão dos ambientes;
  3. Especificar os riscos;
  4. Estabelecer medidas de prevenção;
  5. Criação de mapeamento;
  6. Aprovação;
  7. Fixação. 

Vamos entender mais a fundo esse passo a passo: 

1. Conhecimento dos riscos

    Entender o funcionamento dos equipamentos, as substâncias com que se tem contato e os locais de exposição é fundamental. Sem isso é impossível se prevenir. Afinal, você não poderá tomar cuidado com aquilo que não sabe que existe ou como funciona.

    Como já explicamos anteriormente, existem alguns tipos de risco: 

    • Risco físico;
    • Risco químico;
    • Risco ergonômico;
    • Risco mecânico; 
    • Risco biológico.  

    2. Divisão dos ambientes

      O segundo passo é realizar a divisão dos pavimentos e setores para simplificar a segmentação de estudos e elaboração do mapa. 

      3. Especificar os riscos

        O terceiro passo é entender os riscos, a rotina dos colaboradores e separar os ambientes, chegou a hora de especificar os perigos por espaços. Primeiro, pode-se identificar os agentes. Depois, definir o grau de cada um. Além disso, conversar com os profissionais é fundamental. Já que eles têm contato direto com os perigos das atividades. 

        4. Estabelecer medidas de prevenção

          O quarto passo é definir os métodos de prevenção de acidentes de todos os riscos existentes na etapa anterior. Assim, assegurar a proteção à vida e saúde dos funcionários. 

          5. Criação de mapeamento

            A ferramenta precisa ser feita com base na planta baixa de cada um dos espaços. Caso não exista projeto arquitetônico, pode ser feito um croqui do local. 

            6. Aprovação

              Então, o mapa de risco deve ser aprovado por todo o time da CIPA, e precisa ser feita a assinatura. Também é essencial apresentar a ferramenta para os gestores dos setores analisados verificarem se estão de acordo. 

              7. Fixação 

                Por fim, é necessário disponibilizá-lo em um espaço público. Além disso, saber ler é muito importante. Dessa maneira, conhecendo onde estão e quais são os riscos naquele ambiente, o colaborador e eventuais visitantes saberão da necessidade do uso de equipamentos de proteção coletiva e individual. 

                Além disso, também saberão onde podem transitar, locais que precisam evitar, máquinas e substâncias com as quais não devem manter o contato. Enfim, terão acesso a todas as informações para se manterem seguros no ambiente. 

                Como desenhar o mapa de risco?

                O mapa de risco precisa ser uma representação gráfica dos perigos à saúde e segurança a que o colaborador está exposto. Ele deve ser fácil de interpretar, separado por ambientes e com círculos coloridos que representam os riscos potenciais e a gravidade. 

                Por exemplo, caso uma empresa tenha quatro ambientes (copa, recepção, área de produção e banheiro). Cada um vai apresentar um tipo de risco diferente e graus de perigo diferentes. 

                Então, é necessário usar cores para explicar visualmente qual é o tipo de risco que o espaço apresenta, e os círculos para mostrar a gravidade de cada um. 
                Agora que você já sabe o que é o mapa de risco, como funciona e como elaborar, coloque em prática na sua empresa. Aproveite para acompanhar o blog do Obra Prima para mais conteúdos exclusivos sobre a construção civil e siga a nossa conta no Instagram.

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