Ficha de verificação de serviço construção civil: como funciona?

Amanda Gregio

Se você já sentiu que precisa ficar de olho em tudo, o tempo todo, para garantir que o serviço está sendo feito do jeito certo, você não está sozinho. 

Na construção civil, errar no detalhe significa muitas vezes refazer o serviço inteiro, e sabemos que isso custa caro. É por essa razão que a Ficha de Verificação de Serviço (FVS) é uma ferramenta de qualidade indispensável no canteiro. Ela protege a obra contra falhas, retrabalho e improviso, padroniza o controle da execução, facilita a fiscalização e reforça a confiança de quem está investindo na entrega.

Quer entender como essa ficha pode te ajudar a manter a obra sob controle, melhorar a comunicação entre equipes e garantir que cada etapa siga o padrão técnico exigido?

 Continue a leitura porque vamos mostrar como aplicar a FVS na prática, com exemplos reais, orientações simples e uma visão estratégica que vai muito além do papel preenchido no final do dia.

O que é FVS na construção civil?

A FVS (Ficha de Verificação de Serviço) é um documento técnico utilizado para garantir que cada etapa da obra seja executada conforme os padrões de qualidade, segurança e normas previstas no projeto. 

Ela funciona como um checklist estruturado, onde o responsável técnico verifica item por item se o serviço está sendo feito corretamente antes, durante e depois da execução.

Na prática, a FVS serve como uma barreira contra o retrabalho, ajudando a prevenir erros que poderiam passar despercebidos no dia a dia do canteiro de obras. Ela também documenta a conformidade da obra, sendo uma proteção tanto para a construtora quanto para o cliente em caso de questionamentos futuros.

Quais são os tipos de fichas de verificação de serviços na construção civil?

As FVS são adaptadas conforme a fase ou o tipo de serviço executado na obra. Veja os principais tipos usados na rotina de uma construção:

  • FVS de fundações: garante que a escavação, armação, formas e concretagem estejam de acordo com o projeto estrutural. Verifica o alinhamento, prumo, profundidade, tipo de solo e resistência do concreto.
  • FVS de alvenaria: controla a elevação das paredes, o alinhamento, o prumo, a amarração, o tipo de argamassa utilizada e o posicionamento de vergas e contra-vergas.
  • FVS de instalações elétricas e hidráulicas: confere o posicionamento correto de eletrodutos, caixas de passagem, tubulações, pressão e estanqueidade antes de fechar paredes ou cobrir serviços.
  • FVS de revestimentos e acabamentos: avalia a qualidade da aplicação de argamassa, cerâmicas, pisos, pintura, esquadrias, entre outros, garantindo nivelamento, espessura e aderência.
  • FVS de impermeabilização: verifica a preparação da base, o tipo de produto aplicado, os testes de estanqueidade e os cuidados com sobreposições e juntas.

Cada tipo de ficha é customizável conforme o projeto e a política de qualidade da empresa. E quanto mais detalhada for a FVS, menor o risco de erros passarem despercebidos.

Para que serve a FVS?

A Ficha de Verificação de Serviço (FVS) serve para orientar, organizar e proteger a qualidade de cada etapa executada. Ela não é apenas um papel com campos para assinar,  é uma ferramenta de gestão que assegura que tudo está sendo feito conforme o projeto, às normas técnicas e os padrões definidos pela empresa. 

Em vez de confiar apenas no “olhômetro” ou na experiência do encarregado, a FVS formaliza o controle de qualidade e transforma a execução em um processo rastreável. 

Vamos ver como ela atua diretamente em pontos-chave da construção:

Garantir a qualidade

A FVS padroniza a checagem de requisitos técnicos para cada serviço. Isso significa que a qualidade não depende só da experiência de quem está executando, mas de um checklist objetivo que verifica tudo, desde o preparo da base até a finalização. Quando bem utilizada, ela se torna parte do sistema de qualidade da empresa, ajudando a manter o padrão em todas as obras.

Evitar retrabalhos

Preencher uma FVS antes, durante e após a execução é uma das formas mais eficazes de prevenir erros que poderiam gerar retrabalho. Um simples item mal conferido, como a ausência de impermeabilização, pode resultar em quebra de revestimento, perda de material e dias de atraso. Com a ficha, esses riscos são identificados antes que virem problema.

Controlar o cronograma

Quando cada serviço passa por uma FVS, é possível acompanhar a execução com mais precisão. O gestor sabe exatamente o que foi concluído, o que está pendente e quais serviços foram aprovados para avançar. Isso evita acúmulo de pendências e ajuda a manter o cronograma sob controle.

Reduzir custos

Ao eliminar erros e retrabalhos, a FVS contribui diretamente para a redução de custos indiretos e desperdícios. Com um controle mais eficiente, também é possível usar melhor os recursos de mão de obra e materiais, otimizando o orçamento da obra como um todo.

Aumentar a segurança

A FVS também atua na prevenção de acidentes. Ao verificar itens como escoramento, instalações provisórias e condições de acesso, ela ajuda a garantir que o ambiente esteja seguro antes da execução. Isso protege não apenas a integridade da obra, mas também a saúde dos trabalhadores.

Facilitar a comunicação

Com todas as etapas registradas de forma clara, a FVS melhora o fluxo de informações entre engenheiros, mestres de obra e equipes de execução. Em vez de depender de ordens verbais, as decisões ficam documentadas, e todos sabem exatamente o que precisa ser feito e o que já foi aprovado.

Ficha de Verificação de Serviço na construção civil: exemplos de aplicação

Você já conseguiu entender que, quando bem aplicada, a ficha transforma o controle de execução em algo visual, objetivo e extremamente útil para evitar retrabalhos e gargalos no cronograma de obras

Mas como ela funciona na prática? Vamos explorar três frentes essenciais da construção onde a FVS faz toda a diferença, com exemplos claros e instruções que qualquer profissional pode aplicar.

Concretagem

Na concretagem, a FVS tem o papel de garantir que nada seja feito fora do timing, da norma técnica ou das boas práticas executivas. Antes mesmo do caminhão betoneira chegar, é fundamental preencher e verificar itens como:

  • Forma limpa, alinhada e bem escorada
  • Ferragens armadas e posicionadas conforme o projeto
  • Espaçadores e cobrimentos corretos
  • Vibração prevista e equipamentos prontos
  • Liberado por engenheiro ou responsável técnico

A ficha também deve registrar informações como hora de início, traço do concreto, volume aplicado e resultado do slump test, garantindo rastreabilidade. Isso protege a empresa de futuras patologias e reforça a segurança da estrutura, além de reduzir risco de fissuras, concretagens mal feitas e necessidade de retrabalhos estruturais, que são os mais caros e críticos de toda a obra.

Alvenaria

Alvenaria pode parecer simples, mas é onde ocorrem muitos erros que geram retrabalho: desalinhamento, paredes fora de prumo, falhas de amarração, trincas e até furos mal planejados. A FVS aplicada nesse serviço deve incluir:

  • Verificação da marcação dos eixos e níveis
  • Conferência do tipo de bloco ou tijolo especificado
  • Checagem da argamassa: traço, consistência e quantidade
  • Posição das amarrações, vergas e contra-vergas
  • Aberturas previstas (portas, janelas, passagens)
  • Requadro e prumo verificados a cada fiada

O ideal é que a ficha acompanhe o andamento do serviço e só permita avanço após a verificação visual da equipe técnica. Esse controle evita correções futuras que atrasam acabamentos e comprometem a qualidade final da obra, garante paredes niveladas, estruturadas e prontas para o revestimento sem surpresas, mantendo o ritmo e o padrão da obra.

Instalações

Instalações elétricas, hidráulicas e de gás exigem máxima precisão. Afinal, qualquer erro só aparece depois que tudo está fechado, e reabrir a parede custa caro. Por isso, a FVS nas instalações precisa ser minuciosa e prever:

  • Localização e altura exata de tomadas, pontos de água e saídas de gás
  • Tubulações corretamente embutidas e testadas antes do fechamento
  • Aderência ao projeto executivo (e ajustes documentados)
  • Material conforme especificação (bitolas, conexões, isolamento etc.)
  • Testes de estanqueidade e continuidade antes da liberação

Esse tipo de ficha deve ser aplicada em duas etapas: antes de iniciar a instalação e antes de fechar. A verificação dupla ajuda a evitar retrabalhos por tubulação mal passada ou por incompatibilidades com acabamentos futuros e evita rompimentos e refações que impactam diretamente em custo, tempo e credibilidade da obra.

Como implementar a FVS?

Não basta saber o que é a Ficha de Verificação de Serviço. Para colher os benefícios reais é preciso implementá-la de forma estruturada, clara e com envolvimento de toda a equipe. 

A seguir, você vai entender os cinco passos essenciais para colocar a FVS em prática no dia a dia da obra, com exemplos simples e eficazes:

Definir os critérios

A base de qualquer FVS eficaz é a clareza nos critérios. Antes de sair preenchendo fichas, você precisa entender quais etapas da obra exigem controle rigoroso e quais parâmetros técnicos devem ser verificados. Isso varia conforme o tipo de projeto, normas aplicáveis e particularidades da construtora.

Por exemplo: na concretagem, critérios podem incluir nivelamento da forma, slump do concreto, cura úmida, entre outros. Em instalações hidráulicas, os testes de estanqueidade e a bitola correta das tubulações são critérios fundamentais.

Dica prática: envolva o engenheiro responsável, o mestre de obras e profissionais de campo na definição desses critérios. Isso evita criar fichas burocráticas e distantes da realidade.

Criar as fichas

Com os critérios em mãos, o próximo passo é transformar isso em fichas práticas. E aqui vai o segredo: quanto mais clara, direta e visual for a ficha, mais ela será usada no campo. Evite textos longos e perguntas genéricas. 

Prefira listas de verificação com respostas binárias (sim/não), campos para observações e, se possível, espaço para fotos ou evidências.

Cada ficha deve estar associada a uma etapa ou serviço específico (ex: FVS – Alvenaria de vedação, FVS – Impermeabilização de laje, etc.). O uso de QR codes para acesso digital também é uma solução moderna e muito eficiente para obras conectadas.

Resultado: Fichas bem feitas padronizam os processos e garantem que cada serviço só avance após conferência técnica.

Treinar a equipe

De nada adianta uma ficha bem montada se o time não entende sua função. A implementação da FVS só ganha força quando os profissionais enxergam valor na ferramenta, e não mais um papel para assinar. Por isso, o treinamento da equipe é uma etapa obrigatória.

Mostre como a FVS protege o próprio trabalhador do retrabalho, reduz pressão e reforça a segurança. Explique cada campo da ficha, quem preenche, quem valida, e quando isso acontece na rotina da obra.

Estratégia de sucesso: use exemplos reais de erros evitados com a FVS em obras anteriores. Isso conecta a teoria à prática e engaja os operários.

Acompanhar a execução

A FVS precisa fazer parte da rotina da obra, não ser deixada na prancheta do engenheiro. Para isso, é necessário acompanhar a execução das verificações, garantir que as fichas sejam preenchidas no tempo certo e validar as informações.

É papel do gestor ou do engenheiro de campo garantir que cada FVS esteja alinhada ao cronograma e ao controle de qualidade da obra. Se a concretagem foi feita, mas a ficha não está preenchida ou está incompleta, algo está errado no processo.

Sugestão prática: integre a FVS ao checklist diário da equipe. Isso evita esquecimentos e reforça o compromisso com a qualidade.

Analisar os resultados

Fichas preenchidas não devem ficar engavetadas. Elas são uma mina de ouro para identificar gargalos, padronizar boas práticas e prevenir falhas recorrentes. Por isso, a última etapa da implementação é a análise.

Reúna periodicamente os registros e observe padrões: qual etapa apresenta mais não conformidades? Qual equipe está executando melhor? O que está atrasando as liberações? Com essas respostas, você pode ajustar processos e treinar a equipe de forma precisa.

Ferramenta extra: se você usar um software de gestão de obras como o Obra Prima, é possível digitalizar e analisar FVS em tempo real, facilitando auditorias e decisões rápidas.

Checklist de serviço de construção civil para pequenas obras

Um bom check list organiza as etapas, garante conformidade técnica e evita retrabalhos desnecessários. Para pequenas obras, o checklist pode ser mais enxuto, mas precisa cobrir itens essenciais, como:

  • Regularização da documentação (alvará, ART, contrato com clientes e fornecedores)
  • Avaliação do solo e da fundação
  • Conferência da locação da obra
  • Planejamento de instalação elétrica, hidráulica e sanitária
  • Verificação da qualidade dos materiais recebidos
  • Inspeções visuais antes de avançar para as próximas etapas (ex: antes de rebocar, antes de pintar)
  • Medidas de segurança (EPIs, isolamento, sinalização)
  • Entrega e limpeza final

Mesmo em uma obra simples, esse checklist ajuda o mestre de obras ou o profissional responsável a controlar o cronograma e garantir qualidade sem improvisos.

Comparação entre checklists de construção civil de diferentes empresas

Os checklists variam muito de empresa para empresa, e isso depende do nível de maturidade em gestão, da estrutura da equipe e do tipo de obra. 

Empresas com gestão mais avançada geralmente trabalham com checklists integrados ao sistema de qualidade e com apoio de ferramentas digitais. Já construtoras menores, muitas vezes, ainda usam modelos impressos ou adaptados.

Algumas diferenças comuns entre os checklists de empresas:

CritérioConstrutoras tradicionaisEmpresas com gestão digital
FormatoPapel ou planilhaSoftware de gestão (app ou web)
AbrangênciaFocado em execuçãoInclui segurança, qualidade e meio ambiente
Frequência de verificaçãoPontual (no fim do serviço)Contínua (por etapas ou checkpoints)
Responsável pelo preenchimentoEncarregado ou engenheiroEquipe colaborativa com validação digital
RastreabilidadeArquivamento manualHistórico com fotos e assinatura eletrônica

A tendência é a digitalização total do checklist, com integração a plataformas como o Obra Prima, que oferece gestão em tempo real, evita papelada e gera relatórios automáticos.

Quais são as melhores práticas para ficha de verificação de serviço construção civil?

A FVS é mais eficaz quando deixa de ser uma formalidade e passa a ser uma ferramenta viva de controle de qualidade. Para isso, é importante seguir boas práticas de aplicação:

  1. Crie fichas específicas para cada etapa do serviço (como concretagem, alvenaria, instalação hidráulica) aqui os genéricos não funcionam.
  2. Use linguagem clara e objetiva, sem termos técnicos excessivos que confundem os operários.
  3. Inclua itens obrigatórios e critérios de aceitação visual ou técnica, como “espessura mínima do reboco”, “nivelamento verificado”, etc.
  4. Adicione campos para fotos e observações, pois isso facilita a rastreabilidade.
  5. Defina responsáveis pelo preenchimento e validação, com datas e assinaturas.
  6. Integre a FVS ao cronograma da obra, liberando apenas o que está aprovado.

Essas práticas aumentam a confiabilidade da obra, reduzem retrabalhos e elevam o padrão de entrega da empresa.

O que diz a legislação brasileira sobre verificação de serviços de construção civil?

Embora não exista uma única norma que regulamente as Fichas de Verificação de Serviço, diversas legislações e normas técnicas exigem controle, inspeção e rastreabilidade durante a execução de obras.

Confira os principais referenciais legais:

  • NR-18 (Norma Regulamentadora de Segurança na Construção Civil): exige o controle da qualidade e segurança dos serviços, com registros e acompanhamento técnico.
  • ABNT NBR 5674 – Gestão da manutenção: recomendações para controle de execução que também se aplicam à fase de obras.
  • ISO 9001 e PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat): exigem registro formal de inspeções e controles de qualidade.
  • Normas técnicas específicas como NBR 6118 (Estruturas de Concreto) e NBR 15575 (Desempenho de Edificações) reforçam a obrigatoriedade da verificação técnica de etapas executadas.

Ou seja, utilizar FVS também é uma forma de se proteger juridicamente e atender aos padrões exigidos por órgãos reguladores e financiadores.

Como o Obra Prima pode ajudar com a ficha de verificação de serviço construção civil?

Implementar a ficha de verificação de serviço (FVS) na rotina da obra é uma das decisões mais inteligentes que uma construtora pode tomar, mas manter esse controle de forma manual, com papéis soltos e pranchetas, pode rapidamente virar um caos. 

É nesse ponto que entra a eficiência do Obra Prima.

A plataforma Obra Prima digitaliza todo o processo de verificação, transformando aquela pilha de fichas em formulários acessíveis por celular ou computador, com checklist padronizado, campos obrigatórios, fotos anexadas, histórico de aprovações e alertas de pendências. Cada etapa do serviço fica registrada, com rastreabilidade, agilidade e segurança, tudo isso conectado ao planejamento e ao cronograma da obra.

Você não apenas ganha tempo e evita erros, como também garante que a qualidade seja monitorada com consistência e que a equipe esteja alinhada com o padrão esperado. Isso reduz retrabalho, melhora a produtividade e fortalece a imagem da sua construtora diante do cliente. 

Está pronto para transformar o controle de qualidade da sua obra? Experimente o Obra Prima e veja na prática como a FVS pode ser sua vantagem competitiva.

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