Sustentabilidade na construção civil: como aplicar e benefícios

Amanda Gregio

A construção civil sempre teve papel decisivo na transformação das cidades e, com isso, uma grande responsabilidade sobre o impacto que causa no planeta. Hoje, o setor vive um novo momento: mais do que erguer obras sólidas, o desafio é construir com inteligência, eficiência e propósito.

Adotar práticas sustentáveis já não é apenas uma escolha ambiental, mas uma estratégia de inovação e valor. Obras bem planejadas, com uso racional de recursos e tecnologias mais limpas, tendem a custar menos, durar mais e gerar benefícios duradouros para toda a comunidade.

Ser sustentável na construção é equilibrar três pilares fundamentais — ambiental, econômico e social. É reduzir impactos sem perder desempenho, otimizar recursos sem abrir mão da qualidade e adotar soluções que favoreçam tanto o cliente quanto o entorno urbano.

Nos próximos tópicos, vamos entender como funciona a sustentabilidade na construção civil, como aplicá-la em obras de diferentes portes e de que forma tecnologias ajudam o gestor a colocar essas práticas em ação com eficiência, previsibilidade e visão de futuro.

O que é a sustentabilidade na construção civil?

A sustentabilidade na construção civil é o conjunto de práticas que buscam reduzir o impacto ambiental das obras, melhorar o uso dos recursos naturais e promover eficiência econômica e bem-estar social ao longo de todo o ciclo de vida do empreendimento.

Isso significa planejar e executar construções que consomem menos energia e água, geram menos resíduos e utilizam materiais de menor impacto ambiental, sem comprometer a qualidade ou o conforto do usuário final.

Ser sustentável não se resume a instalar painéis solares ou separar o lixo do canteiro. É uma mudança estrutural na forma de construir e gerir: usar a tecnologia para planejar melhor, controlar desperdícios e projetar edificações mais inteligentes e duráveis. Essa transformação tem impacto direto na produtividade, na reputação da empresa e na lucratividade do negócio.

Para compreender melhor, a sustentabilidade na construção se apoia em três dimensões complementares: ambiental, econômica e social, que devem caminhar juntas para gerar resultados consistentes e duradouros. 

Ambientalmente consciente

A sustentabilidade ambiental busca minimizar os impactos negativos ao meio ambiente, tanto na execução quanto na vida útil da edificação. Isso envolve reduzir a emissão de CO₂, controlar o consumo de energia e água, adotar materiais de origem responsável e gerenciar adequadamente os resíduos gerados.

Por exemplo, uma obra que reaproveita água de chuva, utiliza blocos de solo-cimento e prioriza iluminação natural está contribuindo para um ciclo construtivo mais limpo e eficiente. Além disso, práticas como a gestão de resíduos e o uso de tecnologias de automação ajudam a controlar desperdícios e melhorar o desempenho energético da construção.

Economicamente viável

Ser sustentável também é fazer uma construção financeiramente inteligente. Isso significa buscar eficiência nos processos, redução de retrabalhos e melhor aproveitamento de materiais e mão de obra.

Uma obra bem planejada consome menos recursos e tem custos mais previsíveis, e é justamente aí que a sustentabilidade se conecta à gestão.

Gestores que adotam ferramentas como o Obra Prima conseguem planejar, monitorar e otimizar o uso de recursos em tempo real, evitando desperdícios e reduzindo o custo global do projeto. O resultado é uma operação mais enxuta, produtiva e lucrativa, sustentável não apenas para o planeta, mas também para o caixa da construtora.

Socialmente justo

A dimensão social da sustentabilidade trata de valorizar as pessoas envolvidas no processo construtivo, promovendo segurança, saúde e bem-estar nos canteiros, além de pensar no impacto que o empreendimento terá na comunidade. Isso inclui desde o cumprimento das normas trabalhistas e de segurança até a criação de espaços urbanos mais acessíveis e inclusivos.

Uma construtora socialmente responsável investe em condições dignas de trabalho, capacitação de profissionais e comunicação clara com clientes e fornecedores. Essas atitudes fortalecem a cultura interna, reduzem a rotatividade e aumentam a confiança do mercado na marca.

Sustentabilidade na construção civil: como aplicar na prática?

Falar em sustentabilidade é fácil. O desafio está em transformar o conceito em ação no canteiro de obras, sem aumentar custos ou comprometer prazos.

A sustentabilidade prática começa na fase de projeto, se estende à execução e continua na operação do imóvel. Ela envolve desde a escolha dos materiais até o uso inteligente de energia e água, passando pelo controle rigoroso de resíduos e pelo cumprimento das normas ambientais. A seguir, veja as principais considerações para colocar isso em prática:

Escolha de materiais sustentáveis

A escolha dos materiais é um dos primeiros passos para uma obra mais sustentável. Optar por insumos de origem renovável, reciclável ou de baixo impacto ambiental reduz significativamente a pegada ecológica da construção.

Entre os exemplos estão os blocos de solo-cimento, que dispensam queima; o aço reciclado, que reduz emissões de CO₂; e tintas à base de água, que eliminam solventes nocivos.

Outra prática é valorizar fornecedores locais, o que diminui o transporte de materiais e estimula a economia regional.

Eficiência energética

Construções sustentáveis priorizam o uso racional da energia,  tanto durante a obra quanto na edificação final. Isso inclui desde equipamentos de menor consumo (como betoneiras e bombas elétricas eficientes) até soluções arquitetônicas que favorecem iluminação e ventilação naturais.

Em empreendimentos maiores, tecnologias como painéis solares, sensores de presença e sistemas automatizados de climatização reduzem drasticamente o consumo de energia elétrica. Essas medidas, além de sustentáveis, tornam o imóvel mais valorizado e reduzem custos operacionais no longo prazo.

Gestão da água

A água é um dos recursos mais utilizados e também desperdiçados na construção civil. Práticas sustentáveis envolvem coletar, armazenar e reutilizar água de chuva, além de implementar sistemas de reuso de águas cinzas (provenientes de lavatórios e chuveiros) para limpeza e irrigação.

O uso de torneiras e equipamentos com restrição de vazão, além de processos que evitam o desperdício durante a execução, também faz parte dessa gestão. Além de reduzir o impacto ambiental, o reaproveitamento de água pode representar economia de até 40% nos custos hidráulicos de uma obra.

Gestão de resíduos

A construção civil é responsável por cerca de 60% dos resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil, segundo o IBGE. Por isso, a gestão de resíduos é essencial na sustentabilidade.

Essa prática inclui separar, armazenar e destinar corretamente os resíduos, reutilizando o que for possível e enviando o restante para reciclagem ou descarte ambientalmente adequado. O uso de contenedores sinalizados, coleta seletiva no canteiro e parcerias com cooperativas de reciclagem são medidas simples e eficazes.

Certificações sustentáveis

Certificações são a forma mais objetiva de comprovar o compromisso da construtora com a sustentabilidade.

Entre as principais estão a LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), a AQUA-HQE e a Procel Edifica, que avaliam critérios como eficiência energética, gestão de água, conforto térmico e uso de materiais sustentáveis.

Obras certificadas ganham destaque no mercado, atraem investidores e valorizam o imóvel final. Essas certificações também servem como guia de boas práticas, ajudando construtoras a estruturar processos mais eficientes e responsáveis.

Benefícios da construção sustentável

As empresas que investem em sustentabilidade colhem resultados concretos em todas as frentes: reduzem custos, melhoram a imagem no mercado e entregam obras de maior valor e durabilidade.

A seguir, conheça os principais benefícios que fazem da construção sustentável uma escolha inteligente para qualquer construtora:

Valorização do imóvel

Imóveis construídos com critérios sustentáveis tendem a valer mais e vender mais rápido. Edificações certificadas podem alcançar até 30% de valorização em relação às tradicionais, isso acontece porque o comprador percebe o valor agregado de um imóvel mais econômico, durável e com menor impacto ambiental.

Empreendimentos sustentáveis também transmitem credibilidade e inovação, fatores que fortalecem a reputação da construtora e ampliam sua competitividade no mercado.

Redução de custos operacionais

A sustentabilidade se traduz em eficiência energética, uso racional de materiais e redução de desperdícios. Essas práticas diminuem custos durante a execução e ao longo da vida útil da edificação. Um projeto com ventilação cruzada, reaproveitamento de água e iluminação natural, por exemplo, reduz significativamente as despesas de manutenção e operação.

Incentivos fiscais

Em diversas cidades brasileiras, construções sustentáveis contam com benefícios tributários, como descontos no IPTU Verde, redução de ISS e facilitação em processos de licenciamento. Esses incentivos visam estimular práticas de menor impacto ambiental e podem representar economias importantes para construtoras e investidores.

Também há linhas de financiamento específicas para projetos sustentáveis, oferecidas por bancos públicos e privados, com juros reduzidos e prazos estendidos.

Atendimento à legislação e normas

O cumprimento das normas ambientais e de eficiência energética já é uma exigência legal em grande parte dos municípios brasileiros. Seguir as diretrizes da ABNT, das Normas Regulamentadoras (NRs) e das leis locais evita autuações, embargos e atrasos em obras.

A sustentabilidade, portanto, é também uma forma de proteger juridicamente a construtora e garantir que o empreendimento esteja em conformidade com as exigências técnicas do setor.

Materiais de construção sustentáveis: principais exemplos

Os materiais sustentáveis são o ponto de partida para uma construção mais eficiente, econômica e responsável. Eles reduzem impactos ambientais, melhoram o desempenho energético e aumentam a durabilidade das edificações.

Mas sustentabilidade não é apenas sobre “reciclar” — é também sobre escolher materiais com ciclo de vida mais inteligente, que exijam menos recursos naturais e gerem menos resíduos durante sua produção e aplicação.

A seguir, veja alguns dos principais exemplos utilizados hoje na construção civil moderna:

1. Blocos de solo-cimento

Produzidos a partir de uma mistura de terra, cimento e água, esses blocos dispensam o processo de queima usado na fabricação dos tijolos tradicionais. Além de reduzirem emissões de CO₂, são mais resistentes, econômicos e oferecem bom isolamento térmico e acústico. Outra vantagem é a possibilidade de produção local, o que diminui o custo com transporte e incentiva a economia regional.

2. Concreto reciclado

Feito a partir da trituração de resíduos de demolição e entulho, o concreto reciclado substitui parte dos agregados convencionais (como areia e brita). Esse processo reduz o descarte em aterros e o consumo de matérias-primas naturais. Pode ser usado em calçadas, bases, muros de arrimo e até em elementos estruturais, desde que respeitados os critérios técnicos da ABNT NBR 15116.

3. Madeira de reflorestamento certificada

A madeira é um dos materiais mais sustentáveis quando proveniente de manejo florestal certificado, garantindo que sua extração respeita os limites ambientais. Além de renovável, é leve, durável e ajuda na regulação térmica das construções. Certificações como o FSC (Forest Stewardship Council) e o Cerflor garantem a origem responsável da madeira usada na obra.

4. Tintas e revestimentos ecológicos

As tintas à base de água e os revestimentos naturais (como argamassas com pigmentos minerais e vernizes vegetais) diminuem a emissão de compostos orgânicos voláteis (COVs), que prejudicam o meio ambiente e a saúde humana. São mais seguras para quem aplica e para quem habita o imóvel, além de oferecerem excelente acabamento.

5. Telhas e isolantes sustentáveis

Telhas ecológicas feitas de fibras vegetais, alumínio reciclado ou plástico reutilizado são alternativas leves e duráveis. Elas têm alta resistência e ajudam a manter o conforto térmico. Já os isolantes de lã de PET reciclado e fibra de coco substituem materiais sintéticos como o isopor, oferecendo desempenho térmico superior e menor impacto ambiental.

6. Vidros de controle solar e esquadrias eficientes

O uso de vidros de controle solar reduz o ganho de calor interno e melhora o aproveitamento da iluminação natural, diminuindo o uso de ar-condicionado e energia elétrica. Quando combinados com esquadrias de PVC ou alumínio com corte térmico, resultam em ambientes mais confortáveis e energeticamente eficientes.

Como aplicar sustentabilidade em pequenas obras?

Com boas práticas, planejamento e o apoio da tecnologia, é possível reduzir impactos, economizar recursos e entregar resultados de alta qualidade, mesmo com orçamentos limitados.

Aplicar sustentabilidade em menor escala exige mudança de mentalidade: deixar de ver o “barato imediato” e começar a pensar no custo total e no desempenho ao longo do tempo.
 

Veja como colocar isso em prática:

1. Planeje cada etapa da obra

Um dos maiores fatores de desperdício em pequenas obras é a falta de planejamento.
Com cronogramas mal definidos e compras desorganizadas, é comum sobrar ou faltar material — o que gera custos extras e aumenta o volume de resíduos.

2. Reutilize materiais e recursos

A reutilização é uma das formas mais simples e eficazes de tornar uma obra sustentável. Sobras de madeira, concreto ou ferro podem ser aproveitadas em novas etapas, assim como água de chuva pode ser usada na limpeza e cura do concreto. Isso reduz custos e evita o descarte desnecessário de materiais.

3. Escolha fornecedores locais

Priorizar fornecedores e profissionais da região diminui o impacto do transporte, reduz a emissão de carbono e estimula a economia local. Além disso, materiais locais costumam ser mais baratos e fáceis de repor, tornando a logística mais eficiente e o cronograma de obras mais previsível.

4. Invista em soluções simples de eficiência energética

Em pequenas obras, medidas básicas já fazem grande diferença. Usar lâmpadas LED, sensores de presença, telhas termoacústicas e janelas que favorecem a ventilação cruzada reduz significativamente o consumo de energia. Essas soluções têm baixo custo e trazem retorno rápido, tanto para a obra quanto para o cliente final.

5. Gerencie corretamente os resíduos

Mesmo em obras pequenas, o volume de entulho é expressivo. Separar os resíduos por tipo (entulho, plástico, metal, madeira), destinar corretamente e aproveitar o que puder ser reutilizado é uma prática essencial. Além de reduzir o impacto ambiental, essa medida evita multas e facilita a limpeza do canteiro.

6. Treine e conscientize a equipe

Nenhuma estratégia sustentável funciona sem o engajamento das pessoas. Treinar os colaboradores para utilizar corretamente materiais, evitar desperdícios e adotar boas práticas no canteiro é um passo simples, mas transformador. Pequenas mudanças no dia a dia, como fechar torneiras, evitar retrabalhos e separar resíduos, geram resultados expressivos ao final da obra.

Gestão de resíduos na construção civil sustentável

Fazer uma boa gestão de resíduos significa planejar, reduzir, reutilizar, reciclar e destinar corretamente tudo o que é produzido na obra — desde sobras de concreto e madeira até embalagens e metais. Mais do que uma exigência ambiental, é uma prática que melhora o desempenho financeiro e operacional da construtora.

1. Planejamento e segregação na origem

Tudo começa com o planejamento. Antes de iniciar a obra, é preciso mapear os tipos de resíduos que serão gerados e definir os pontos de coleta, armazenamento e transporte.

No canteiro, a segregação na origem é fundamental: separar o que pode ser reutilizado (como madeira e metais) do que deve ser destinado a recicladoras ou aterros licenciados.

Além de facilitar a reciclagem, a separação evita contaminações e melhora as condições de limpeza e segurança no canteiro.

2. Reutilização e reciclagem

Muitos materiais podem ter segunda vida dentro da própria obra. Sobras de blocos e concreto podem ser usadas em calçadas e contrapisos; pedaços de madeira em formas ou escoramentos; e metais reaproveitados em reforços ou detalhes estruturais. O que não puder ser reutilizado pode ser destinado à reciclagem, um processo que reduz o custo de descarte e até gera receita quando há parceria com cooperativas.

Esse tipo de reaproveitamento pode reduzir em até 30% o custo com materiais novos, além de diminuir significativamente o volume enviado a aterros.

3. Destinação correta e transporte

A destinação dos resíduos deve seguir as exigências da Resolução CONAMA nº 307/2002, que estabelece as diretrizes para o gerenciamento de resíduos da construção civil. Ela determina que os resíduos sejam classificados (Classe A, B, C ou D) e enviados a locais de destinação adequados. Transportar entulho sem autorização ou descartar em áreas irregulares pode gerar multas e responsabilização civil.

Por isso, é essencial manter documentos de transporte, certificados de destinação e registros fotográficos das coletas.

O Obra Prima facilita esse processo ao permitir anexar comprovantes, registrar volumes e acompanhar o fluxo de resíduos por etapa, garantindo rastreabilidade total.

4. Parcerias e inovação

Buscar parcerias com cooperativas e empresas de reciclagem é uma prática sustentável e socialmente responsável. Além de dar destino correto aos resíduos, essas parcerias geram trabalho e renda para comunidades locais, fortalecendo o ciclo sustentável. Em obras de médio e grande porte, é possível adotar tecnologias como britadores móveis para reaproveitar entulho no próprio canteiro, reduzindo custos logísticos.

5. Monitoramento contínuo

A gestão de resíduos não é uma ação pontual, mas um processo contínuo.  Acompanhar indicadores ajuda o gestor a medir a eficiência das ações e aprimorar as próximas obras.

 Com o Obra Prima, é possível gerar relatórios automáticos e dashboards ambientais, transformando a sustentabilidade em um indicador real de desempenho.

Telhado verde e jardim vertical: vantagens e desvantagens

Os telhados verdes e os jardins verticais estão entre as soluções mais simbólicas da construção sustentável moderna.

Além de trazerem beleza e conforto térmico aos ambientes, essas estruturas ajudam a reduzir o impacto ambiental das edificações e a melhorar a qualidade de vida em áreas urbanas densas.

Mas, como toda tecnologia construtiva, elas exigem planejamento técnico e avaliação de viabilidade para que o investimento traga bons resultados.

O que é um telhado verde

O telhado verde consiste na aplicação de camadas de impermeabilização, drenagem e substrato vegetal sobre lajes ou coberturas convencionais. Essa técnica transforma o topo do edifício em uma área viva, capaz de absorver parte da água da chuva, reduzir a temperatura interna e filtrar poluentes atmosféricos.

Além de contribuir para o conforto térmico, o telhado verde aumenta a durabilidade da impermeabilização, já que protege a manta contra os efeitos diretos do sol e das variações de temperatura.

Em cidades quentes, a redução da temperatura interna pode chegar a até 5°C, diminuindo a necessidade de ar-condicionado e o consumo energético.

Vantagens do telhado verde

  • Conforto térmico e acústico: reduz a absorção de calor e ruído;
  • Retenção e filtragem de água da chuva: auxilia na drenagem urbana e reduz enchentes;
  • Melhoria da qualidade do ar: as plantas capturam CO₂ e liberam oxigênio;
  • Valorização do imóvel: projetos sustentáveis com áreas verdes tendem a ter maior apelo comercial;
  • Economia de energia: menor necessidade de climatização artificial.

Desvantagens e cuidados necessários

Apesar dos benefícios, o telhado verde requer projeto técnico especializado. O peso adicional do substrato e da vegetação precisa ser considerado no cálculo estrutural. A  impermeabilização também deve ser feita com materiais adequados para evitar infiltrações, e a manutenção das plantas precisa ser periódica.

O custo inicial pode ser até 30% superior ao de uma cobertura convencional, mas tende a ser compensado pela redução de consumo energético e aumento da durabilidade da laje.

Legislação sobre sustentabilidade na construção no Brasil

Nos últimos anos, o Brasil avançou na criação de leis, normas técnicas e programas governamentais que incentivam e, em alguns casos, obrigam a adoção de práticas sustentáveis em obras públicas e privadas. 

Compreender essa legislação é fundamental para evitar multas, embargos e, principalmente, garantir competitividade no mercado.

1. Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010)

Um dos marcos da sustentabilidade no setor da construção, essa lei estabelece diretrizes para o gerenciamento correto dos resíduos sólidos, incluindo os provenientes de obras e demolições.

Ela determina que construtoras e empreiteiras são responsáveis pela segregação, transporte e destinação ambientalmente adequada dos resíduos, bem como pelo cumprimento da Resolução CONAMA nº 307/2002, que regulamenta o tema.

Essa lei também obriga empresas a elaborarem o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), documento que define todas as etapas de manejo — do armazenamento até o descarte final.

2. Lei de Eficiência Energética (Lei nº 10.295/2001)

Essa legislação criou o Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações (PBE Edifica), que avalia e certifica o desempenho energético de prédios residenciais e comerciais.

O objetivo é incentivar o uso racional da energia por meio de materiais eficientes, iluminação natural e sistemas inteligentes de climatização. Imóveis com alta eficiência energética, além de consumirem menos, têm maior valor de mercado e custos operacionais reduzidos.

3. Código de Obras e Edificações (Municipal)

Cada município brasileiro possui um Código de Obras próprio, que define regras sobre eficiência, conforto ambiental e acessibilidade.

Em muitas cidades — como São Paulo, Curitiba e Florianópolis —, o código já inclui exigências de práticas sustentáveis, como reaproveitamento de água, controle de resíduos e arborização urbana.

4. Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)

As NBRs são a base técnica para garantir a qualidade e a sustentabilidade das construções. Entre as mais relevantes estão:

  • NBR 15575 – Desempenho de Edificações Habitacionais (define parâmetros de durabilidade, conforto térmico e acústico);
  • NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações;
  • NBR 5674 – Manutenção de edificações (estabelece diretrizes para gestão de manutenção e conservação);
  • NBR 15873 – Coordenação modular na construção (incentiva o uso racional de materiais e recursos).

Seguir essas normas garante segurança jurídica, qualidade técnica e reconhecimento de mercado.

5. Incentivos fiscais e programas de certificação

Muitos estados e municípios adotaram incentivos tributários e programas de certificação para estimular práticas sustentáveis. Exemplo disso é o IPTU Verde, que concede descontos no imposto para imóveis com sistemas de captação de água da chuva, energia solar ou telhados verdes. Também há certificações nacionais e internacionais, como LEED, AQUA-HQE e Procel Edifica, que servem como referência de boas práticas e aumentam o valor do empreendimento.

6. Obras públicas e sustentabilidade

De acordo com a Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações), órgãos públicos devem priorizar critérios de sustentabilidade nas contratações e execuções de obras. Isso inclui o uso de materiais recicláveis, eficiência energética, redução de resíduos e menor impacto ambiental. Ou seja, a sustentabilidade se tornou um requisito legal para participar de licitações e contratos públicos.

A legislação brasileira, portanto, não apenas incentiva, mas exige responsabilidade ambiental e eficiência construtiva. 

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