Antes de qualquer obra começar, muito além dos blocos, vigas e concreto, existe um documento que carrega o DNA do projeto: o memorial descritivo. Se o projeto é a planta da casa, o memorial descritivo é o manual de instruções detalhado, diz o que vai ser feito, com quais materiais, em quais padrões, onde e como.
Esse documento é essencial para alinhar expectativas entre cliente, construtora e profissionais envolvidos.
Serve para proteger o orçamento, evitar dúvidas futuras e garantir que a entrega final seja fiel ao que foi prometido no papel. E mais: é exigido legalmente para aprovação de projetos em muitas cidades. Por isso, todo profissional que trabalha com construção precisa entender de verdade o papel do memorial descritivo na jornada da obra.
Neste texto, vamos te mostrar como transformar esse documento técnico em uma poderosa ferramenta de controle e valorização do seu projeto. Continue essa leitura até o final que, além de entender a importância, você vai aprender a aplicar o memorial descritivo de forma estratégica na sua próxima obra.
O que é memorial descritivo na construção civil?
O memorial descritivo é um documento técnico que detalha tudo o que será usado e executado em uma obra, do tipo de tijolo ao padrão de acabamento. Ele serve como um mapa detalhado do que está por vir, garantindo que todos os envolvidos falem a mesma língua, sigam os mesmos critérios e entreguem exatamente o que foi prometido.
Diferente da planta, que mostra a estrutura da construção, o memorial se concentra nos materiais, métodos, marcas, especificações técnicas e acabamentos. É onde a visão do projeto vira um plano executável com clareza, segurança e sem margem para improviso.
Memorial descritivo: quais são os tipos?
Existem basicamente dois tipos mais comuns de memorial descritivo na construção civil, confira a seguir.
- Memorial descritivo do projeto: elaborado na fase do planejamento de obras, ele acompanha o projeto arquitetônico e serve para licenciamento, financiamento e definição técnica da construção. É voltado para engenheiros, arquitetos, incorporadoras e órgãos públicos.
- Memorial descritivo do imóvel pronto: esse entra em cena após a execução da obra e é voltado para o cliente final. Nele constam os acabamentos realmente aplicados, eventuais alterações durante a obra, marca dos materiais, especificações finais e garantias.
Ambos são documentos estratégicos para dar transparência, respaldar decisões e garantir que cada etapa da obra siga conforme o planejado.
Quem faz o memorial descritivo do imóvel?
A elaboração do memorial descritivo deve ser feita por um profissional habilitado, geralmente um arquiteto ou engenheiro civil, com registro no CAU ou CREA. Isso garante que o documento siga as normas da construção civil, seja legalmente aceito pelos órgãos públicos e esteja alinhado com o projeto executivo.
No caso de empreendimentos maiores, como prédios e condomínios, é comum que esse documento seja redigido em conjunto com a incorporadora e registrado em cartório, já que ele integra o material de venda e entrega do imóvel.
Qual é a importância do memorial em uma obra?
O memorial descritivo é o instrumento que garante que o “combinado não sai caro”. Ele protege o cliente de mudanças inesperadas, assegura que a construtora entregue o que prometeu e facilita o trabalho dos profissionais envolvidos.
Além disso, ele é essencial para aprovações legais, financiamentos, controle de qualidade e fiscalização de obras.
Sem ele, as decisões viram suposições e o risco de retrabalho ou conflito aumenta consideravelmente. É um dos pilares da transparência, do planejamento e da excelência na execução de qualquer construção, do projeto mais simples ao mais sofisticado.
Memorial descritivo e a NBR 15575
Quando falamos em qualidade nas construções brasileiras, a NBR 15575 é uma das referências mais importantes do setor. E adivinha qual é um dos principais documentos que garantem o cumprimento dessa norma? O memorial descritivo.
Ele é, literalmente, a tradução prática do que a NBR exige: desempenho acústico, térmico, durabilidade, segurança, acessibilidade, entre outros pontos críticos. O que está no memorial precisa estar em sintonia com o que se pretende entregar, inclusive nas exigências de vida útil de sistemas construtivos, cobradas pela norma.
A sacada aqui é entender que, ao alinhar o memorial descritivo à NBR 15575, você protege sua obra de problemas futuros, evita passivos jurídicos, eleva a reputação da construtora e entrega uma experiência melhor para o cliente final.
Não é exagero dizer que essa conexão entre memorial e norma é um diferencial competitivo para empresas que querem escalar com responsabilidade. E mais: ela prepara o terreno para construções mais sustentáveis, duráveis e valorizadas no mercado.
O papel do memorial descritivo no programa Minha Casa Minha Vida
No cenário do Minha Casa Minha Vida, o memorial descritivo cumpre um papel que vai além da técnica, ele é um compromisso social. Afinal, o programa envolve recursos públicos, padrões mínimos de qualidade e exige da construtora clareza absoluta sobre o que será entregue.
Nesse contexto, o memorial define os materiais, os métodos e os acabamentos, e ainda serve como parâmetro de fiscalização para a Caixa Econômica e outros agentes financiadores.
No Minha Casa Minha Vida, o memorial também é uma ferramenta de justiça: ele assegura que as famílias atendidas tenham acesso a uma moradia digna, dentro do que foi prometido.
E, do ponto de vista do construtor, ele é o documento que legitima o orçamento, protege a empresa em auditorias e fortalece a credibilidade da obra junto a órgãos públicos e clientes. Um bom memorial, nesse programa, é sinônimo de obra bem planejada e respeito ao cidadão.
Como fazer um memorial descritivo em sua obra?
Agora você entendeu que ter um bom memorial é fundamental para alinhar expectativas, proteger juridicamente a construtora e manter a equipe técnica e cliente na mesma página.
A seguir, você vai aprender o que não pode faltar no seu memorial descritivo, etapa por etapa. E se está achando que isso é burocrático demais, calma: com o jeito certo de estruturar, esse documento se torna uma verdadeira ferramenta na obra.
1. Dados da obra
Tudo começa aqui: nome do empreendimento, número do projeto, área total, número de pavimentos, metragem construída e demais informações que identifiquem o escopo básico da construção.
Esses dados são a primeira impressão que qualquer analista, fiscal ou cliente terá sobre a obra, então, eles precisam estar bem definidos.
2. Localização da obra
Mais do que o endereço, a localização no memorial envolve também o tipo de zoneamento, condições do entorno, vias de acesso, disponibilidade de infraestrutura urbana e, quando necessário, coordenadas geográficas. Por quê? Porque isso pode influenciar diretamente no tipo de fundação, nas restrições legais ou até nos materiais permitidos pela prefeitura. Local bem descrito, risco reduzido.
3. Proprietário
Aqui, entram as informações do dono do empreendimento: nome completo, CPF/CNPJ, endereço e contato. Simples, mas essencial.
Além de formalizar a relação com quem contratou o serviço, isso ajuda a amarrar responsabilidades e deixar claro quem responde juridicamente pela execução. É um ponto que muitos subestimam, mas que evita dores de cabeça no futuro.
4. Detalhe de cada etapa da construção
Agora vem o coração do memorial: o detalhamento técnico. Cada etapa: fundação, estrutura, vedação, cobertura, instalações, acabamentos…deve ser descrita com materiais, métodos executivos, normas técnicas aplicadas e, se possível, fornecedores homologados.
Não se trata de esgotar tudo, mas de ser objetivo e técnico ao mesmo tempo. É aqui que o memorial se transforma em um verdadeiro guia de obra, facilitando compras, conferência de qualidade e até certificações posteriores.
Memorial descritivo: como o Obra Prima pode ajudar?
Se tem uma coisa que o mercado já entendeu é que o improviso custa caro! O memorial descritivo é uma das ferramentas mais poderosas para transformar a sua obra em um processo profissional, seguro e livre de surpresas.
Mas fazer isso com planilha solta e documento Word desatualizado? Aí não dá. É exatamente aqui que o Obra Prima entra com o sistema completo de gestão de obras que te ajuda a organizar, padronizar e atualizar todas as etapas do seu projeto, incluindo o memorial descritivo, de forma prática, acessível e integrada com a realidade da sua equipe.
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