Construções Civis: um guia completo sobre o setor em 2024

Entenda o setor das construções civis em 2024: desde tendências, até dados informativos e muito mais. Acompanhe a seguir no artigo que preparamos. 

A construção civil é um dos principais segmentos industriais do Brasil. Sua função ajuda a desenvolver o bem-estar da sociedade, preservando o meio ambiente, através de obras de engenharia civil nos ramos de edificação e infraestrutura. 

Em 2024, depois de um ano desafiador, o mercado está otimista pela expectativa de um novo ciclo imobiliário e pela queda nas taxas de juros

Visão geral do mercado

2023 foi marcado pela sensação de “poderia ter sido melhor”, a transição do Governo Federal, sempre é acompanhada de incertezas – e a taxa de juros em 13,56% acaba com quatro cortes seguidos na Selic, que agora está em 11,75%, e expectativa por um novo ciclo imobiliário comandado por programas públicos, como o Minha Casa Minha Vida

Em 2024, depois de encerrar um ano que frustrou as expectativas, o setor conta com uma diminuição importante dos juros somada à menor volatilidade dos custos de insumos e o apoio de programas de habitação governamentais, como o PAC, Minha Casa Minha Vida, entre outros. 

Além disso, há uma tendência de crescimento nos investimentos para construções de infraestrutura. Dessa forma, a estimativa do SindusCon-SP é que a construção civil atinja uma alta de 2,9% esse ano. 

Já a CBIC prevê um crescimento de 1,3% para as indústrias das construções civis, que enxergam os mesmos fatores – continuidade no processo de redução de juros, avanço do Programa de Aceleração do Crescimento e a evolução esperada no mercado econômico a partir de um novo ciclo do Programa Minha Casa Minha Vida.  

Segundo Ieda Vasconcelos, economista da CBIC, a construção gerou quase 254 mil novas vagas nos primeiros dez meses do ano passado. Apesar de ser o menor número dos últimos três anos, é o terceiro maior desde 2012. 

Renato Correia, presidente da entidade CBIC, relata que a abertura de novas vagas apontam a grande contribuição da construção para a economia do país. É fundamental lembrar que as vendas de ontem, refletem nos empregos que vão aparecer hoje. 

Tendências na Construção Civil para 2024

Para Yorki Estefan, presidente do SindusCon-SP, a falta de mão de obra qualificada deve ter um impacto menor em 2024. Isso porque os cerca de 250 mil empregos criados no ano passado resultam em profissionais que estão em treinamento e conseguem ajudar a suprir essa carência. 

O presidente da entidade ainda indica que o momento é ótimo para se adquirir um imóvel devido a redução de lançamentos, fazendo com que as vendas atuais sejam de unidades de estoque. Com menores juros bancários, as vendas imobiliárias tendem a acelerar e incentivar futuros lançamentos. 

Outros elementos de destaque são: a reforma tributária, que com o tratamento especial para o setor da construção vai trazer benefícios quando aplicada, e o esforço pela produtividade no mercado. 

Por outro lado, é fundamental prestar atenção ao fim da desoneração sobre a folha de pagamento. O que vai onerar os imóveis já vendidos. Haverá um acréscimo de custos a ser repassado para as unidades imobiliárias, que poderá gerar uma queda da demanda, destaca Estefan. 

Desafios para 2024

Um estudo feito pela CBIC mostra que o fim da desoneração da mão de obra pode fazer com que o estado de São Paulo enfrente um aumento do custo de quase 14%. Já no Rio de Janeiro, a porcentagem seria de quase 13% e em Minas Gerais fica em 11%. 

Correia alerta que o Brasil tem carência habitacional, de infraestrutura e de saneamento. O segmento está freando as suas atividades e precisa de estímulos. 

Já Ieda Vasconcelos levanta a preocupação com a baixa taxa de investimentos no Brasil, que no terceiro trimestre de 2023 foi fixada em 16,6%, número abaixo da média do resto do mundo. Ela afirma que quanto menor for a taxa de investimento, maior a dificuldade do país para crescer de maneira sustentada. E ainda diz que para a construção civil avançar, o Brasil precisa fortalecer esse elemento.

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Expectativas das incorporadoras e construtoras para 2024

O setor das construções civis é extremamente competitivo e cheio de concorrentes. Por isso, para se destacar no mercado, é fundamental para os profissionais e empresas acompanhar as tendências e ficar por dentro das novidades.  

Para 2024, as incorporadoras e construtoras apresentam um sentimento de confiança, o mercado está ainda mais aquecido, os consumidores estão se sentindo mais seguros para comprar. Então, a previsão é que a demanda por moradias continue alta.  

7 inovações tecnológicas no setor de construções civis em 2024

Existem muitas tendências e inovações tecnológicas para o setor de construções civis em 2024, entre eles, podemos destacar os seguintes: 

  1. Inteligência Artificial;
  2. Desafios climáticos
  3. Construções modulares e offsite;
  4. Impressão 3D em concreto;
  5. Materiais de construção;
  6. Métodos construtivos;
  7. ESG.

Então agora que você já sabe quais são as sete, vamos entender melhor cada uma delas, acompanhe no artigo: 

1. Inteligência Artificial

Em 2023, a Inteligência Artificial (IA) ganhou muito destaque. E, para 2024, há uma perspectiva de aumento no uso dessas tecnologias para a otimização de processos repetitivos, como a coleta de dados e avaliação de projetos, o que pode auxiliar na melhoria da eficiência e da produtividade no setor. 

Algumas ferramentas devem se destacar esse ano, como as plataformas de IA para as construções, que vão oferecer aos profissionais uma visão mais completa do planejamento da obra. 

Otimização de processos, precisões mais assertivas de volume de materiais e tempo necessário para execução do empreendimento e relacionamento com o cliente são impactados pelo uso dessa tecnologia. 

Além disso, também precisamos falar sobre os softwares de Realidade Aumentada, ou RA, para construção que permitem que os trabalhadores e compradores visualizem modelos 3D de projetos em ambientes reais. 

2. Desafios climáticos 

Outra tendência que vai afetar o mercado são as mudanças climáticas, que estão cada vez mais evidentes, com as chuvas fortes e ondas de calor. Dentro desse cenário, o setor das construções civis precisa traçar soluções para lidar com essas questões. 

Então, podemos esperar um crescimento na demanda por edifícios com estruturas mais resistentes e fortes, com sistemas de drenagem e impermeabilidade mais eficientes para lidar com inundações e com sistemas de eficiência energética e energia renovável para diminuir a vulnerabilidade a cortes de energia. 

Mudanças como essas vão levar a um aumento dos custos das construções, mas também vão contribuir para a diminuição dos riscos relacionados aos desastres climáticos. 

Para promover a construção de edifícios e empreendimentos com maior proteção a desastres climáticos é preciso, em primeiro lugar, escolher com cuidado o lugar da obra, levando em consideração os riscos associados a eventos climáticos. 

Depois, o projeto precisa incluir medidas de proteção específicas para cada tipo de acontecimento, como estruturas reforçadas para prédios em áreas propensas a terremotos ou ventanias, por exemplo. 

3. Construções modulares e offsite

Um levantamento feito pela Fortune Business Insights, aponta que o mercado da construção modular chegará a US$ 11,78 bilhões no ano de 2028, um crescimento de 6,1% ao ano. 

Nos próximos anos, o Brasil provavelmente também verá esse aumento, incentivado pelo crescimento do déficit habitacional, estimado em 7 milhões de moradias, segundo o IBGE. A construção modular e off-site pode auxiliar na redução desse déficit, porque é uma maneira mais eficiente e rápida de construir. 

A escassez na mão de obra na construção e os avanços tecnológicos também ajudam a impulsionar essa tendência, uma vez que a construção off-site, ou seja, construções com estruturas modulares produzidas fora do canteiro, exige menos profissionais.

Além disso, a reforma tributária traz uma perspectiva positiva para a industrialização e modernização do setor, à medida em que cria uma equidade entre os processos construtivos. 

Atualmente, o processo tributário não favorece a construção industrializada, mas o segmento tem perspectivas favoráveis à medida em que faz parte da agenda setorial a otimização da produtividade que, por sua vez, está relacionada com a industrialização. 

4. Impressão 3D em concreto

Em 2023, no evento World of Concrete, ou Mundo do Concreto, a impressão 3D já se destacou como uma das técnicas mais presentes. Muitos acreditam que essa tecnologia deve ser mais utilizada agora em 2024.

Podemos destacar alguns aspectos responsáveis por esse aumento, como o aumento da demanda por construções mais rápidas, sustentáveis e baratas. Além do desenvolvimento de novas tecnologias de impressão 3D que tornam o processo mais preciso e eficiente, gerando a diminuição de custos de materiais e equipamentos de impressão, por exemplo. 

Segundo um relatório da MarketsandMarkets, o mercado global da impressão 3D deve crescer 22,6% na construção civil até 2030. O estudo ainda estima que o segmento deve atingir US$7,9 bilhões nos próximos sete anos. 

5. Materiais de construção

O avanço em materiais de construção na indústria da construção civil têm sido significativos nas últimas décadas, impulsionados pela necessidade de soluções mais sustentáveis, eficientes, duráveis e econômicas. Alguns dos avanços mais notáveis são: 

  • Materiais sustentáveis: há uma crescente demanda por insumos que sejam corretos ecologicamente e tenham baixo impacto ambiental;
  • Concreto de alto desempenho: novas formulações de concreto estão sendo desenvolvidas para fornecer maior resistência, sustentabilidade e durabilidade. Isso inclui a utilização de aditivos especiais como metacaulim e sílica ativa, para otimizar as propriedades mecânicas e a durabilidade do material;
  • Materiais inteligentes: eles têm capacidades como reparação de rachaduras, auto limpeza, se adaptar às condições ambientais, etc.;
  • Materiais compósitos: esses insumos estão ganhando cada vez mais popularidade no setor devido à sua leveza, durabilidade e resistência. Eles estão sendo usados em estruturas de edifícios, pontes e outras aplicações. 

Esses avanços estão tornando a indústria das construções civis cada vez mais eficiente, sustentável e adaptada aos desafios do século XXI. A pesquisa e o desenvolvimento contínuos são cruciais para impulsionar ainda mais a inovação e otimizar os padrões de construção em todo o mundo. 

6. Métodos construtivos

As tendências de métodos construtivos na construção civil estão em constante evolução, impulsionadas por avanços tecnológico, necessidade de eficiência e mudanças nas demandas do mercado. Alguns que podemos destacar aqui são:

  • Construção Modular: já falamos sobre ela anteriormente no texto. Esse modelo construtivo envolve a fabricação de componentes de construção em fábricas e a montagem é feita no local. Esse método oferece uma maior redução dos custos, mais eficiência, qualidade e menor tempo de construção. Além disso, também é sustentável uma vez que diminui o desperdício de materiais no local;
  • Construção Inteligente: a integração de tecnologias como IoT (Internet das Coisas), BIM (Modelagem de Informações da Construção) e sensores inteligentes está transformando a maneira como os projetos de construção são planejados, realizados e gerenciados. Isso aumenta a eficiência, o controle de custos e a qualidade da construção;
  • Construção Verde e Sustentável: com o crescimento da preocupação ambiental, há um aumento da demanda por práticas construtivas sustentáveis, como a utilização de materiais ecológicos, captação de água da chuva, eficiência energética, sistemas de energia renovável e projetos que visam certificações de sustentabilidade, como LEED e BREEAM

7. ESG

No ano passado, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresentou durante o Congresso do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON), a norma ESG (ABNT PR 2030). 

Ambos assinaram um termo de cooperação para o desenvolvimento de normas na área de concreto, com ênfase nos aspectos que afetam as mudanças climáticas. 

Esse ano, o assunto deve continuar em alta. As principais tendências incluem o uso de insumos sustentáveis, como a madeira certificada, materiais reciclados e de origem local. Essas escolhas contribuem para a diminuição do impacto ambiental da construção uma vez que ajudam a conservar os recursos naturais e reduzir a poluição. 

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