Fluxo de caixa bem feito pode ser o diferencial que você precisa na gestão de obra e no controle financeiro da construtora.
Toda obra representa uma infinidade de pequenos e grandes custos para a construtora. Pagamento de funcionários, locação de equipamentos, licitações, compras de materiais, treinamentos, manutenções e uma infinidade de outros pagamentos.
Além disso, as construtoras ainda têm que se preocupar com o pagamento das contas do escritório, em receber o pagamento dos clientes em dia e pensar nos gastos de dinheiro de forma estratégica. Isso sem mencionar que, na maioria das vezes, a construtora está trabalhando com 2, 3 obras de uma vez e não apenas com uma.
É nessa hora que o controle financeiro da construtora se mostra indispensável e a melhor forma de conquistá-lo é entendendo a importância do fluxo de caixa e como ele funciona.
Entenda o fluxo de caixa da construtora
O fluxo de caixa é o processo de movimentação financeira dentro da construtora. Em termos mais simples, é a entrada e saída de dinheiro que acontece ou que já está prevista.
Imagine que sua construtora está executando 3 projetos no mês de abril. O fluxo de caixa nesse mês vai apresentar:
Na saída de caixa os pagamentos de
- Contas de água, luz e outras contas da construtora;
- Funcionários (CLT ou terceirizados) nos 3 canteiros de obras e dentro do escritório;
- Locação de equipamentos;
- Impostos, taxas, licitações e encargos trabalhistas;
- Compras de materiais de escritório;
- Compras de materiais para a obra;
- Outros gastos realizados no mês.
Na entrada de caixa teremos
- Pagamentos dos clientes das 3 obras;
- Possíveis recebimentos de obras do mês anterior.
O fluxo de caixa prevê o equilíbrio e controle de cada um desses elementos, garantindo que exista dinheiro na conta para fazer os pagamentos e cumprimento dos prazos, tanto do que deve ser pago, quanto do que deve ser recebido.
Por isso, o fluxo de caixa é a principal ferramenta de controle financeiro que a construtora tem. Apenas com um bom controle do fluxo de caixa é possível evitar que o pagamento de contas atrase e gere multas ou que a cobrança dos recebimentos seja esquecida.
Fluxo de caixa e seus principais elementos
Com a pequena descrição que fizemos do que é o fluxo de caixa, já é possível ter uma ideia de quais são seus elementos. No entanto, é importante pensar neles, também, do ponto de vista da planilha ou software de controle.
Apenas conhecendo as partes a serem completadas e acompanhadas é possível garantir que os dados sejam inseridos de forma correta, ter em mãos um controle eficiente e que ofereça uma visão real da contabilidade e do financeiro da construtora.
O ideal é que o controle do fluxo de caixa seja sempre feito a cada três meses, para que se possa comparar períodos e ter uma visão real da saúde financeira do negócio dentro do período e ao longo de todo o ano.
Esse é o tempo mínimo que especialistas indicam para que a construtora possa:
- Avaliar viabilidade de investimentos;
- Considerar compras antecipadas;
- Definir os melhores contratos para reduzir custos;
- Planejar a expansão de suas operações.
Um bom fluxo de caixa costuma ser dividido em:
Recebimento
Aqui, todas as informações sobre entrada de dinheiro são inseridas. Aqui são incluídos valores a serem recebidos das financiadoras, dos clientes e de qualquer outro pagador. Além do valor, é necessário descrever a data de recebimento e a forma como o pagamento foi feito.
O que se vê nessa parte então é:
José da Silva (empreendimento Santa Cecília) + R$15.000,00 + 03/04/2021 + pagamento de boleto
Pagamentos
Funciona com as mesmas descrições dos recebimentos, mas aqui é registrado tudo o que foi pago pela construtora, custos internos e externos à empresa, ou seja, escritório e obras.
Saldo
O saldo é o valor que “sobra” nas mãos da construtora, ou seja, é a diferença entre o valor mensal a ser pago e o valor mensal a ser recebido. É com ele que a construtora descobre como anda sua saúde financeira.
Um saldo negativo significa que a construtora está gastando mais dinheiro do que recebendo e que ou não vai conseguir pagar suas contas ou terá que sacrificar sua margem de lucro e poupanças.
Já o saldo positivo significa que o mês foi lucrativo e a construtora tem uma margem para investimentos. Com isso, ela pode decidir o melhor momento para compras e pagamentos antecipados, por exemplo.
Diagrama de Fluxo de Caixa (DFC)
É a parte do fluxo de caixa onde os dados acima são colocados em um diagrama onde o eixo horizontal é o tempo e o vertical as entradas e saídas de dinheiro no período. Com esse diagrama, as variações vividas pela construtora são desenhadas e entender a realidade financeira torna-se mais fácil.
3 dicas para maior controle financeiro da construtora
Já trouxemos aqui no blog algumas dicas essenciais para o fluxo de caixa da construtora, mas como sempre existe algo novo a se fazer para melhorar ainda mais, trazemos mais 3 dicas:
1. Estipule um período para o seu fluxo de caixa.
Mais do que conhecer as entradas e saídas de dinheiro, é essencial definir períodos para analisar os resultados que a construtora tem tido com suas decisões e contratos.
Como já comentamos, especialistas colocam 3 meses como tempo mínimo para saber se o fluxo de caixa anda bem ou está gerando prejuízos, mas isso não impede sua construtora de fazer análises a cada 4 meses, semestrais ou anuais para ter mais de uma base de resultados para tomar decisões.
2. Estabeleça uma forma de identificar receitas e despesas
Buscar formas claras para marcar quais são os recebimentos e quais os pagamentos é essencial. Clareza de informações é o modo eficiente para evitar erros na hora de lançar e analisar as informações e ter maior controle financeiro.
Criar categorias por importância, custos que são parcelados ou totais, multas de atraso mais elevadas e outras pode ajudar muito a esclarecer as informações e facilitar a tomada de decisões estratégicas.
3. Registre as contas a pagar e receber
Não insira apenas os valores que já entraram e saíram do seu caixa. O controle financeiro da construtora depende de prever gastos futuros e organizar as contas para cobrir esses custos. Por esse motivo, registrar as contas que estão por vir e os recebimentos que são esperados é essencial.
Gestão de obras só com controle financeiro
Criar dívidas e nunca saber a situação econômica da construtora é um grande perigo. Uma boa gestão de obras deve conseguir tomar decisões para melhorar o projeto sabendo que será capaz de pagar por todos os seus elementos, ou seja, depende do controle financeiro.
Por isso, sem um fluxo de caixa bem feito, todas as obras da construtora podem ser prejudicadas. Controlar o fluxo de caixa é essencial e, muitas vezes, um software de gestão de obras é o que falta para que a construtora reduza erros e aumente seu controle. Que tal conhecer um pouco mais sobre seus benefícios?