Você paga em dia a anuidade do CREA, mas alguns atrasam e ganham desconto para quitar dívidas. E o que é pior: não há retorno do dinheiro ao mercado.
CREA. Você sente o peso dessa sigla, que significa Conselho Federal de Engenharia e Agronomia? Saiba que não está sozinho. Muitos engenheiros manifestam sua insatisfação no pagamento da taxa de anuidade para ser certificado como um profissional da área.
Afinal de contas, você já pagou toda graduação e é o único responsável por investir na própria carreira. Então, a anuidade CREA vem com mais um peso intransferível, sem o qual você não está apto a exercer a profissão de engenheiro em todas as suas possibilidades.
Não estamos aqui para questionar a legitimidade e importância dos conselhos, mas para refletir sobre o quanto fica pesado o pagamento anual de um valor que acaba se tornando alto para alguns profissionais. A regulação deve existir, mas o custeio da instituição que opera essa atividade deve ficar limitado a serviços prestados por ela e não recair sobre o lado mais frágil.
Sim, esse lado é o seu!
Isso porque, não é toda construção que rende lucro. Há fases de execução em que sua conta jurídica pode até passar pelo vermelho. E quando chega mais um boleto, como o do CREA, você sente o peso. É inevitável.
Qual é a garantia de renda que você tem em momentos de crise?
Nenhuma! Você pode até ter pago a anuidade em dia, mas não vai atuar se não houver novos clientes. Mesmo assim, a tendência é de que o cenário melhore.
Anuidade do CREA pode se tornar facultativa
A extinção do pagamento do CREA já foi acolhida pelo Senado como uma sugestão legislativa, mas o caminho é longo. O primeiro passo começou com mais de 45 mil assinaturas em apoio à proposta, o que supera o dobro de endossos necessários para a abertura desse tipo de pedido.
Se os Senadores decidirem levar adiante a ideia, o pagamento da anuidade do CREA (e de outros órgãos) se torna facultativo. Outros encargos e licenças, no entanto, continuam sendo obrigatórios.
Hoje é pior para o engenheiro civil
Engenheiros de outras áreas, que não assinam documentos públicos como os de licenciamento de obras, podem atuar sem o registro do CREA, de modo que isso não se torne contravenção. Mas quem trabalha na construção civil não tem escolha: é compulsório arcar com o peso desse encargo.
Fato é que esse pagamento não é uma forma de investir em algo. O que o profissional da engenharia civil percebe é que não há retorno nem para si nem para o mercado, na forma de melhores condições de trabalho e de comercialização de produtos ou serviços. Para muitos a anuidade se torna até dívida, o que faz o CREA realizar mutirões regionais de regularização.
Então, é um dinheiro que escorre pelo ralo!
Enquanto você realizou o pagamento em dia, outros podem pagar atrasado e com 90% de desconto nos valores de juros e multas. E se você colocar na ponta do lápis as anuidades quitadas, certamente encontraria um destino mais rentável para esse valor.
Mas calma, que pode ficar um pouco pior!
Valores atualizados da anuidade do CREA em 2019
Sim, o valor da anuidade aumentou em 2019. Passou de R$ 458,26 para R$ 502,88, com os 10% de desconto mediante o pagamento antecipado (até 31 de janeiro). O que é motivo de reclamação para quem viveu na pele a recessão e se prepara para uma retomada ainda não concretizada.
Mas esperamos boas notícias em 2019!
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