A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é um documento que garante que o trabalho foi acompanhado, supervisionado e validado por um engenheiro ou arquiteto habilitado.
Mais do que uma formalidade, é uma garantia de qualidade e segurança. Ela protege o cliente, o profissional e a construtora, assegurando que o serviço siga normas técnicas e legais.
Para quem atua na construção civil, entender como a ART funciona é essencial não só para evitar problemas com o CREA, mas também para fortalecer a imagem da empresa e manter suas obras regulares perante a lei.
Ao longo deste conteúdo, você vai descobrir o que é a ART, quem deve emiti-la, quando ela é obrigatória e como gerenciar tudo isso com mais eficiência, especialmente com o apoio de ferramentas como o Obra Prima, que simplificam o controle de documentos e garantem conformidade em todas as etapas da obra.
Conteúdo do post
O que é a ART e para que serve?
A ART é um documento emitido pelo profissional registrado no CREA, que formaliza a responsabilidade técnica sobre uma obra ou serviço de engenharia. Em outras palavras, é a comprovação de que aquele projeto tem um responsável legal, apto a responder pelo cumprimento das normas técnicas e de segurança envolvidas.
Criada pela Lei nº 6.496/77, a ART tem valor jurídico e é obrigatória sempre que um serviço técnico for executado, independentemente do porte ou da finalidade da obra. Isso inclui desde a construção de prédios e pontes até reformas, instalações elétricas, laudos, vistorias e projetos estruturais.
Ela identifica quem executou, quem contratou, qual o tipo de serviço prestado e qual o escopo da responsabilidade do profissional. Sem esse registro, não há como comprovar a origem técnica do trabalho, o que pode gerar problemas legais e colocar em risco a segurança da obra.
Quais os tipos de classificação de uma ART?
A ART pode ser classificada de diferentes formas, conforme a natureza da atividade, o modo como é registrada e o tipo de vínculo técnico do profissional com a obra.
As categorias ajudam o CREA a identificar o escopo de responsabilidade de cada serviço e a definir obrigações específicas para profissionais e empresas. Entender essas classificações é essencial para evitar erros no preenchimento e garantir que o documento tenha validade legal:
Por tipo
A classificação por tipo é a mais comum e divide a ART conforme o serviço prestado. Ela pode ser:
- ART de Obra ou Serviço: quando se trata da execução de um projeto, construção, reforma, manutenção, vistoria ou qualquer outro serviço técnico.
- ART de Obra ou Serviço de Cargo ou Função: quando o profissional é responsável técnico permanente em uma empresa, órgão público ou construtora.
- ART Múltipla Mensal: usada por profissionais que executam diversos serviços semelhantes em um mesmo período, como laudos ou vistorias repetitivas.
Cada uma exige informações específicas sobre o escopo e o contratante, e deve ser emitida antes do início da atividade.
Por forma de registro
Aqui, a ART é classificada conforme o momento e a relação com outros registros. Existem três formas principais:
- ART Inicial: a mais comum, emitida no início de cada novo serviço técnico.
- ART de Substituição: utilizada quando há correções ou alterações em uma ART já registrada.
- ART Complementar: empregada quando é necessário ampliar o escopo de uma ART anterior, como incluir novas atividades ou etapas não previstas inicialmente.
Essa diferenciação evita duplicidade e mantém o histórico técnico da obra sempre atualizado.
Por participação técnica
Por fim, a ART pode ser classificada de acordo com o papel do profissional na execução do trabalho. Nesse caso, ela pode representar:
- Execução: quando o engenheiro ou técnico executa diretamente o serviço.
- Coautoria: quando mais de um profissional participa da elaboração de um projeto ou relatório técnico.
- Corresponsabilidade: quando dois ou mais profissionais dividem a execução e o acompanhamento de obra.
Essa definição é essencial para determinar quem responde legalmente por cada parte do projeto e como as responsabilidades são distribuídas entre os envolvidos.
Qual a importância da Anotação de Responsabilidade Técnica?
Como já mencionamos anteriormente, esse documento assegura que há um profissional habilitado responsável pelo projeto, pelas decisões técnicas e pela segurança de todas as etapas da execução.
Do ponto de vista jurídico, a ART é a prova formal de que o serviço foi acompanhado por um profissional registrado no CREA. Em caso de vistoria, fiscalização de obras ou até mesmo disputa judicial, é esse documento que comprova quem projetou, executou ou supervisionou a obra. Além disso, a ART resguarda tanto o contratante quanto o profissional, estabelecendo limites claros de responsabilidade e evitando conflitos futuros.
Sob o ponto de vista técnico, a ART é o que garante que a obra segue as normas de engenharia, segurança e desempenho previstas por lei. Ela assegura que os cálculos estruturais foram feitos por um engenheiro civil, que as instalações elétricas atendem à NR 10 e que todos os procedimentos estão em conformidade com os padrões exigidos. Ou seja, é uma ferramenta que protege o patrimônio, as pessoas envolvidas e a reputação da empresa construtora.
Quem pode assinar a ART?
A assinatura é exclusiva de profissionais legalmente habilitados e registrados no CREA.
Ou seja, somente engenheiros, agrônomos, geólogos, tecnólogos ou técnicos industriais com registro ativo podem assinar uma ART, sempre dentro do escopo das atividades que suas atribuições profissionais permitem.
Cada categoria profissional tem limites técnicos e legais definidos pela legislação e pelas resoluções do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia).
É importante destacar que a assinatura da ART não é apenas um ato formal: ao registrar o documento, o profissional assume responsabilidade civil, ética e criminal sobre o serviço. Isso significa que, em caso de falhas estruturais, acidentes ou irregularidades, o profissional pode ser responsabilizado e responder perante o CREA e a justiça.
Quem paga pelo ART?
O pagamento é uma obrigação do profissional ou da empresa contratante do serviço técnico, dependendo do contrato firmado entre as partes. O mais comum é que o profissional responsável técnico realize o registro e efetue o pagamento diretamente ao CREA, repassando esse valor ao cliente dentro do orçamento da obra ou projeto.
É importante entender que a ART não é uma taxa opcional, e sim um instrumento de registro obrigatório previsto na Lei nº 6.496/77. Sem o pagamento da taxa, o documento não tem validade jurídica. Além disso, a ausência da ART impede a emissão de outros documentos oficiais, como alvarás e certidões de regularidade junto ao CREA.
Qual é o papel desse documento diante da denúncia de uma obra?
Esse é o documento que comprova quem é o responsável legal por uma obra ou serviço técnico, e isso se torna especialmente importante em casos de denúncias, acidentes ou irregularidades.
Quando uma denúncia chega ao CREA ou a outro órgão fiscalizador, o primeiro passo é verificar se existe uma ART registrada para aquela obra. Se o documento estiver ativo, o conselho identifica o engenheiro ou técnico responsável e solicita esclarecimentos técnicos, o que pode incluir relatórios, laudos ou visitas ao local.
Caso não haja ART registrada, a situação é tratada como exercício ilegal da profissão, e tanto o contratante quanto o executor podem ser autuados, responder a processos administrativos e até sofrer sanções judiciais.
O que é a baixa da Anotação de Responsabilidade Técnica e por que ela é relevante?
A baixa da ART é o processo que formaliza o encerramento da responsabilidade técnica de um profissional sobre determinada obra ou serviço. Ela é tão importante quanto o registro inicial, pois indica oficialmente ao CREA que as atividades foram concluídas e que o engenheiro ou técnico não responde mais por aquele contrato.
Esse procedimento deve ser feito pelo próprio profissional responsável, geralmente após a entrega do serviço, o recebimento da obra ou a rescisão do contrato. O CREA, então, registra o encerramento e arquiva o histórico técnico, que permanece disponível para consultas futuras.
A relevância da baixa está na segurança jurídica que ela proporciona.Imagine que, meses após a entrega de uma obra, surja um problema causado por alterações feitas por outro profissional. Sem a baixa registrada, o engenheiro original poderia ser indevidamente responsabilizado por algo que ocorreu após o término de sua atuação.
O que acontece se não emitir o ART?
Essa é uma das infrações mais graves dentro da construção civil. Sem esse documento, a obra passa a ser considerada irregular perante o CREA, e o serviço técnico é enquadrado como exercício ilegal da profissão, o que pode gerar multas, interdições e até processos judiciais.
Segundo a Lei nº 6.496/77, toda obra, instalação ou serviço técnico de engenharia precisa estar vinculada a uma ART. Quando ela não é emitida, o profissional e a construtora ficam sujeitos a sanções administrativas aplicadas pelo CREA, que incluem advertências, multas (que podem ultrapassar R$ 10 mil, dependendo da gravidade) e impedimento para participar de licitações públicas. Em casos mais graves, o órgão pode embargar a obra até que o responsável técnico seja formalmente designado e o registro seja regularizado.
Como se faz uma anotação de responsabilidade técnica?
É um processo simples, mas que exige atenção aos detalhes. O registro é feito de forma online, diretamente no sistema do CREA do estado em que o profissional está registrado, e deve ser realizado antes do início da obra ou serviço técnico.
O primeiro passo é o acesso ao sistema eletrônico do CREA, por meio de login e senha do profissional. Em seguida, é preciso preencher o formulário da ART, informando dados como:
- Tipo de obra ou serviço técnico;
- Endereço da execução;
- Dados do contratante (pessoa física ou jurídica);
- Escopo de atividades que serão realizadas;
- Valor do contrato ou orçamento do serviço;
- Período de execução.
Após o preenchimento, o profissional confirma as informações e gera a guia de recolhimento da taxa, cujo valor varia conforme o tipo de serviço e a região. O pagamento é feito via boleto ou Pix, e a ART só passa a ter validade após a compensação bancária. Assim que o CREA processa o registro, o sistema emite um número de ART e um comprovante digital, que serve como documento oficial de responsabilidade técnica.
É fundamental que uma cópia da ART seja armazenada com os documentos da obra e, de preferência, anexada aos sistemas de gestão da construtora. Isso garante fácil acesso em fiscalizações e auditorias, além de manter o histórico técnico organizado.
Softwares como o Obra Prima permitem centralizar ARTs, laudos e relatórios em um único ambiente digital, facilitando o controle e reduzindo o risco de esquecimentos ou perda de documentos importantes.
É preciso emitir a Anotação de Responsabilidade Técnica para reformar um apartamento?
Sim. De acordo com a Lei nº 6.496/77, toda obra ou serviço técnico deve ter um profissional habilitado e registrado no CREA, responsável por garantir que o trabalho siga as normas técnicas e legais. Ou seja, mesmo em um apartamento dentro de um condomínio, se a reforma ultrapassar o limite de “pequenos reparos” e envolver atividades de engenharia, o registro da ART é obrigatório.
A exigência também está alinhada à NBR 16.280 da ABNT, que trata das reformas em edificações e exige que todo o processo seja acompanhado por um responsável técnico formalmente designado. Essa norma determina que o síndico só pode autorizar o início de uma reforma mediante a apresentação da ART (ou do RRT, no caso de arquitetos registrados no CAU). Sem esse documento, o condomínio pode impedir a execução da obra e até denunciar a irregularidade.
Experimente o Obra Prima
Gerenciar ARTs, prazos, documentações e responsabilidades técnicas pode ser um grande desafio, especialmente quando a construtora lida com várias obras simultâneas.
É nesse ponto que o Obra Prima se torna essencial: uma plataforma completa que centraliza todos os processos da construção civil em um só lugar, garantindo controle, conformidade e eficiência.
Com o Obra Prima, o gestor pode organizar e armazenar ARTs de cada projeto, acompanhar o status das emissões, registrar baixas e manter o histórico técnico de forma digital. Além disso, o sistema permite controlar contratos, cronogramas, fornecedores, treinamentos e relatórios, assegurando que cada obra esteja em conformidade com as normas do CREA e da legislação vigente.
Se você quer garantir que sua empresa esteja sempre regularizada, produtiva e com todas as responsabilidades técnicas sob controle, experimente o Obra Prima.