Conhecer os Equipamentos de Proteção Coletiva na construção civil é garantir a Saúde e Segurança do Trabalho e proteger trabalhadores e construtoras. Saiba mais aqui.
A construção civil é famosa pelo alto número de acidentes de trabalho e, por isso, as construtoras devem sempre estar preparadas para garantir a Saúde e Segurança do Trabalho (SST).
Um acidente em um canteiro de obras pode causar atrasos, perda de materiais, impactos no orçamento e muitos outros problemas para o projeto, mas o pior de tudo é o risco para as pessoas que estão trabalhando. Desde cortes e ossos quebrados até risco de morte, evitar que a equipe seja colocada em perigo é responsabilidade da construtora.
Não é à toa que as Normas Regulamentadoras e outras leis da construção civil destacam tanto medidas de segurança e uso de Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual.
Descubra aqui quais são as Normas Regulamentadoras mais importantes para a construção civil >
Oferecer aos trabalhadores no canteiro de obras equipamentos adequados para proteger sua segurança, saúde e vida deve ser preocupação número um para toda construtora.
Por isso, trazemos aqui as informações mais importantes para que sua construtora saiba o que são, qual a importância e como cuidar do EPC nas obras.
EPC: O que são?
EPC é a sigla para Equipamento de Proteção Coletiva.
Enquanto os EPI são usados para proteger o corpo de um único indivíduo, os EPC são os dispositivos, equipamentos e sistemas que protegem a equipe como um todo e terceiros que possam estar na obra.
Conheça a NR 6 e os Equipamentos de Proteção Individual na construção >
Claro, Equipamentos de Proteção no canteiro de obras nunca são apenas para proteger a integridade física, mas também para proteger a saúde de todos, contribuindo com o cumprimento de normas da SST.
Ou seja, mais do que evitar, por exemplo, que os trabalhadores escorreguem e quebrem uma perna, são formas de evitar problemas de saúde como insolação, esgotamento, intoxicação e outros.
Parece incrível pensar que equipamentos que não sejam capacetes e máscaras possam trazer esse tipo de proteção, não é?
Fica muito mais claro entender esse tipo de proteção aos trabalhadores quando conhecemos esses equipamentos coletivos de segurança e saúde.
Quais são os principais usos e a importância dos equipamentos de proteção coletiva para a construção civil?
O canteiro de obras é um espaço cheio de equipamentos, materiais e máquinas.
Muitas vezes, deslocar-se no espaço pode ser um risco para o trabalhador, mesmo para os mais experientes e qualificados. Basta um segundo de desatenção para que acidentes aconteçam.
É nessa hora que o EPC se torna essencial para a proteção dos profissionais da construção. Com a sinalização correta, sistemas de prevenção e outros dispositivos todos os riscos desnecessários podem ser completamente eliminados.
Imagine um canteiro de obra onde um pouco de água acaba escorrendo no momento de instalar uma plataforma ou um banheiro acaba de ser lavado. Escorregar fica muito fácil nessas situações, mas um adesivo antiderrapante ou uma placa de piso molhado podem evitar acidentes. São sinalizações que o trabalhador vê de longe e que fazem com que tenha mais atenção ao passar por aquele trecho.
Conheça os principais usos de Equipamentos de Proteção Coletiva e veja os acidentes que eles podem evitar:
1. Sinalização em áreas comuns
Placas e cones de sinalização são um grande diferencial na hora de organizar o canteiro de obras e garantir a segurança dos trabalhadores. Com esses Equipamentos de Proteção Coletiva.
Essas sinalizações servem não só para avisar os trabalhadores de perigos, mas também definir os espaços onde os transportes podem passar, limitar a área de risco de queda de materiais em construções em altura e outras coisas.
Alguns exemplos de placas que se pode encontrar em canteiros de obra são as para avisar sobre piso molhado, áreas com instalação elétrica de alta voltagem, saídas de emergência, áreas de banho, lazer e alojamento e vigas baixas.
2. EPC em escadas e rampas
Espaços de circulação com escadas e rampas devem sempre ser identificados para que os trabalhadores passem em segurança. Faixas luminosas para deixar a largura, distância e final dos degraus são de grande ajuda em escadas e antiderrapantes são essenciais em rampas.
É importante garantir que a instalação e manutenção das escadas e rampas seja feita de forma correta sempre, com corrimãos que sirvam de suporte para os usuários e tudo dentro das normas.
É importante destacar que a instalação de rampas e escadas é uma das Recomendações Técnicas de Procedimentos (RTP) e que existem regras para sua instalação. Pensando na segurança do trabalhador, mais do que sinalização, elas não devem ser instaladas perto de redes e equipamentos elétricos desprotegidos.
3. Andaimes e alturas merecem atenção
A saúde e segurança do trabalho em alturas depende de estruturas de andaime confiáveis, bem fixadas e estáveis. É fundamental que as travas funcionem corretamente e que o deslocamento dos andaimes seja feito de forma segura, mais uma vez os antiderrapantes se mostram essenciais.
Entre as características e EPCs que devem ser instalados em andaimes, além das travas de deslocamento e contra desencaixe e do piso antiderrapante e nivelado, a legislação ainda exige:
- Uso de madeiras de boa qualidade, seca e sem nós ou rachaduras;
- Que não sejam feitas pinturas que possam cobrir imperfeições.
4. Segurança em elevadores de obras
Sinalizar com placas o peso suportado pelo elevador, se pode ser usado por pessoas ou só para carga, com antiderrapantes no solo e marcação de suas bordas são muito importantes.
Ao observar as regras de uso de EPCs para elevadores que a RTP determina, vemos que existe muito mais do que a sinalização no combate a acidentes de trabalho. É essencial que todas as disposições técnicas e procedimentos de montagem, manutenção e operação sejam cumpridas no canteiro de obras.
Essas normas não dizem respeito apenas aos elevadores utilizados durante a construção no canteiro de obras, mas também na instalação dos elevadores que serão usados pelos ocupantes dos prédios que estão sendo construídos.
Existem normas para a qualidade e resistência dos materiais usados na construção do elevador, profundidade do poço, fixação da estrutura no poço e outros requisitos que estão ali para garantir um uso seguro em qualquer contexto.
5. Proteção em escavações, fundações e desmonte de rochas
Em alguns canteiros de obra, a organização e liberação do espaço a ser construído exige o uso de explosivos para escavar, instalar fundações cravadas e remover rochas.
Esses explosivos oferecem grande risco aos trabalhadores e muitos deles são eliminados com EPIs, como capacetes contra entulhos arremessados pela detonação, protetores de ouvido contra o som, óculos e outros.
Já as medidas e equipamentos de proteção coletiva estão relacionadas à situações mais críticas como possibilidade de deslizamento, distância segura para não sofrer com projeção de materiais, normas de uso de explosivos para evitar detonações antes da hora e máquinas que podem ou não ser utilizadas em escavações.
6. Instalações elétricas seguras
Um choque com uma corrente de alta tensão pode deixar sequelas muito graves e até mesmo causar morte por parada cardíaca em trabalhadores.
Mesmo correntes elétricas mais leves podem gerar grandes acidentes, como no caso de um trabalhador que toma um choque em um segundo andar e acaba caindo.
Proteger a rede elétrica é importante, também, para proteger os usuários da obra concluída.
O principal EPC nesse caso são os disjuntores e chaves magnéticas independentes, que permitem o ligamento e desligamento seguro da eletricidade no canteiro de obras.
7. Demolição sem riscos
Basta um erro para ver toda uma estrutura desabar sobre os trabalhadores.
Por isso, as normas ditam que é essencial garantir que escadas e saídas de emergência existam na área a ser demolida, colocadas a uma distância segura e mantidas sempre livres, sem entulhos ou bloqueios.
8. Obras em altura
Prédios de dez, doze, quinze andares são sempre um grande risco para trabalhadores. Essas alturas trazem a certeza de morte em caso de acidentes e todo cuidado é pouco.
Além de contratar profissionais qualificados e com experiência, é essencial que os Equipamentos de Proteção Coletiva para a construção civil sejam utilizados de acordo com as leis e normas, entre eles:
- Protetores de plano vertical e horizontal;
- Sistemas guarda-corpos;
- Rodapés;
- Barreiras com rede;
- Cercados em aberturas no piso;
- Barreiras com cancelas;
- Dispositivos para limitação de quedas.
Gestão de EPC: como otimizar a qualidade e uso desses equipamentos?
Mais do que conhecer o EPC que deve ser utilizado em cada situação é essencial que a gestão de obras garanta a qualidade dos equipamentos, uso adequado e melhor forma de armazenamento e transporte.
Toda construtora deve estar atenta, para uma gestão de EPC eficiente, ao:
Local de armazenamento
Equipamentos guardados por muito tempo em local inapropriado sofrem mais riscos de perda de qualidade e de deixar de proteger o trabalhador como deveriam.
Manter os EPCs protegidos de sol, chuvas e bem organizados é essencial. Fique de olho nas recomendações dos fabricantes e não descuide dos cuidados essenciais.
Transporte de EPC
Os Equipamentos de Proteção Coletiva foram armazenados corretamente, mas na hora de levá-los para o canteiro de obras foram jogados de qualquer jeito em um caminhão, tomaram chuva no trajeto ou foram deixados no chão quando chegaram no canteiro.
Cuidar da logística de transporte irá garantir que eles não sofram nenhum dano e possam ser utilizados sem problemas.
Manutenção e compra
Ter um orçamento para pagar pela manutenção de EPCs, para comprar os equipamentos que faltam ou para substituir os que já não podem ser utilizados é indispensável.
Não adianta querer fazer milagre com os equipamentos que tem se eles não estão em condições de serem utilizados e realmente proteger o trabalhador.
Inspeções e treinamentos regulares
Planejamento é a chave para evitar gastos e riscos desnecessários no canteiro de obras da construção civil. Verificar constantemente qual o estado dos equipamentos e manter uma equipe preparada para utilizá-los vai reduzir muito os problemas e perigos na obra.
Além de proteger a qualidade dos EPCs e a saúde e segurança do trabalho, a construtora vai poder organizar melhor os custos de substituições de equipamentos, evitando compras emergenciais e com custo mais alto.
Normas Regulamentadoras e as exigências das leis
Conhecer as leis e NRs que direcionam e exigem o uso dos Equipamentos de Proteção Coletiva é essencial para toda construtora. Garantir a Saúde e Segurança do Trabalho é obrigação legal de toda construtora e ninguém quer ter problemas com a lei.
Existem duas NRs que nunca podem ser esquecidas no que diz respeito a EPC:
- NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, que explica os riscos do ambiente de trabalho na construção civil e quais são os principais equipamentos exigidos por lei para proteger o trabalhador.
- NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, que descreve os protocolos e medidas de segurança que devem ser seguidos pelas construtoras.
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Conclusão
Mais do que ter uma gestão de obra eficiente e cuidar de orçamentos, cronogramas e planejamento, uma construtora séria deve se preocupar com o material humano.
Nenhuma obra tem qualidade e sucesso sem o esforço dos trabalhadores que estão todos os dias no canteiro de obra e, por isso, é necessário garantir que eles trabalhem protegidos física e emocionalmente.
Conviver com o medo de se machucar é um grande desmotivador, ter que arcar com custos de indenizações é um grande prejuízo e evitar as duas situações é muito fácil com os Equipamentos de Proteção Coletivos e Individuais.
Investir em segurança é investir em produtividade, qualidade e resultados.
Ter EPCs de qualidade e uma equipe treinada e preparada para agir evitando riscos e acidentes é um grande diferencial para as construtoras de agora e do futuro.